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“Meu maior desafio na TOPVIEW foi aprender a falar sobre uma realidade que não é minha”

Na segunda entrevista da série especial do TOPVIEW JOURNAL online, conheça Greyci Casagrande, a editora de online da marca

Para quem já viu seu lado profissional, é uma surpresa ver como Greyci assume um ar nada expansivo quando “do outro lado da mesa”: ao ser entrevistada, ela assume um tom suave e sincero. Nascida em Joinville (SC), mas já tendo passado quase metade de sua vida em Curitiba, a editora online da TOPVIEW era jornalista antes mesmo – ou, melhor dizendo, algumas horas antes – de se tornar estudante de Jornalismo. Com dois gatos, um trabalho exigente e inúmeras histórias inusitadas para contar, se pudesse Greyci ainda teria um café-bar. Na entrevista a seguir, ela fala sobre sua formação, os momentos marcantes na TOPVIEW, o desafio de liderar o segmento online da marca e outros assuntos.

Você sempre teve uma vocação jornalística?
Com 14, 15 anos, quando comecei a pensar no que iria estudar, não tive dúvidas de que seria Jornalismo. Até coloquei Letras como segunda opção no vestibular, porque, se tudo desse errado, faria Letras e tentaria depois Jornalismo.

E o que a trouxe a Curitiba?
Vim com a minha família aos 15 anos, nessa época de descobertas. Estávamos mal financeiramente, sem motivos para continuar em Joinville e meu padrasto arranjou um trabalho em São José dos Pinhais. Minha vida é em Curitiba, não tenho nada melhor em Joinville, além da minha família e amigos, do que o que conquistei aqui.

“Foi um dos dias mais felizes da minha vida: com seis meses de formada, consegui um emprego legal e fazendo o que eu queria, que era escrever.”

Não sente falta de Joinville?
Nem um pouco. Eu era criança, não conhecia muitas coisas também. Aqui, terminei os estudos, fiz faculdade e contatos profissionais, trilhei minha carreira. De Joinville, tenho saudade das pessoas, mas nos vemos periodicamente.

Você começou a trabalhar com Jornalismo assim que começou a faculdade, não é? Como foi isso?
Sim, no primeiro dia. Com 15 anos eu já queria trabalhar, mas a minha mãe não deixava. Queria não ficar tanto em casa e também ganhar dinheiro. Com 18 anos, tive meu primeiro emprego como recepcionista em um salão de beleza masculino. Mas assim que entrei na faculdade, queria trabalhar em alguma coisa da área [de Jornalismo], porque sabia que, se não conseguisse já me inserir no mercado, depois seria muito difícil. Havia muitos jornalistas formados que estavam anos-luz na minha frente. Então, vi no Orkut uma vaga para estágio em um jornal em Colombo, me candidatei e fui. Meu chefe era o Marcelo Borges, que é repórter da TV aqui na RIC. Nem ele sabia que eu estava no primeiro dia de faculdade, perguntou “mas em qual período você está?” e eu falei “na verdade, começo hoje à noite!”. Lá, fiquei três meses.

Já havia uma área do Jornalismo que você almejava?
Não. Mas na faculdade descobri que queria escrever, não queria trabalhar com outra coisa. Nos estágios, pude experimentar várias áreas. Cheguei a cogitar [a área] policial, na Secretaria de Segurança Pública. Era emocionante, uma vez escrevi sobre uma operação e sabia segundo a segundo dos detalhes pelo delegado, ao telefone. Cogitei até fazer Direito e ficar no policial. Mas aquilo foi me fazendo mais mal do que bem, fui ficando estressada e triste. Gosto do que fazemos aqui na TOPVIEW, variedades e coisas boas. É gostoso falar de coisas boas.

“Todas as situações mais inusitadas da minha vida foram por conta da TOPVIEW: fui aos melhores restaurantes de Curitiba, viajei recentemente a Paris e Amsterdã e fiquei em hotéis cinco estrelas, conheci pessoas importantes…”

Em que contexto você entrou na TOPVIEW [em 2013, como repórter]?
Na faculdade, tinha a disciplina Projetos e Produtos Inovadores em Jornalismo. Eu precisava fazer um trabalho sobre dois veículos regionais que tivessem passado por uma reformulação editorial. Um dos que escolhi foi a TOPVIEW, que estava começando a ter um conteúdo mais profundo. Com a pesquisa, conheci a ex-editora-chefe, Luciana Zenti, e fiz uma visita à redação, na época na Praça da Espanha. Conversamos e rolou uma empatia muito grande. Quando me formei, enviei uma mensagem e falei que estava à disposição. Seis meses depois, a Alice Duarte, que era a nova editora-chefe, me ligou falando que estava com o meu currículo. Fiz uma entrevista e, 30 dias depois, ela me convidou para trabalhar na TOPVIEW. Foi um dos dias mais felizes da minha vida: com seis meses de formada, consegui um emprego legal e fazendo o que eu queria, que era escrever. 

Por quais situações inusitadas você já passou trabalhando aqui?
Todas as situações mais inusitadas da minha vida foram por conta da TOPVIEW: fui aos melhores restaurantes de Curitiba, viajei recentemente a Paris e Amsterdã e fiquei em hotéis cinco estrelas, voei de primeira classe, andei a cavalo, conheci pessoas importantes para mim… e o mais legal, proporcionei coisas bacanas para pessoas de que gosto. Levei a minha irmã para conhecer a Sandy, que ela amava; vi, com o meu irmão, o show do Green Day, que é uma banda de que gostamos. Tudo isso não é só para mim, são coisas que pude proporcionar para as pessoas à minha volta.

 

#waybeer #mercadosal #topview #workando ? @kellyb.luis

Uma publicação compartilhada por Greyci Casagrande (@casagrey) em

E qual foi o seu maior desafio profissional?
Meu maior desafio na TOPVIEW foi aprender a falar sobre uma realidade que não é minha. Aqui, falamos sobre luxo para um público A e B+ e, no começo, eu não sabia direito o que era uma pauta possível. Às vezes, ainda me questiono se algo é luxo ou não.

“Fazer parte deste momento de transformação [da TOPVIEW] me motiva.”

O que a motiva a seguir nessa carreira?
Houve momentos em que eu quis desistir, mas o desafio de transformar as coisas e torná-las melhores – por exemplo, aumentar uma audiência – é bem bacana. Fazer parte deste momento de transformação me motiva. Quando tive o sentimento de desânimo, foi porque não aconteciam transformações, as coisas estavam paradas. Conforme a TOPVIEW se transforma e evolui, tenho vontade de continuar.

Você falou que pensou em fazer Letras, Direito… Hoje, se não fosse trabalhar com Jornalismo, com o que trabalharia?
Seria barista ou bartender. Agora é meu momento de jornalista, de me aperfeiçoar nisso, tanto que estou fazendo uma pós-graduação [em Marketing Digital]. Mas não descarto ter um café-bar. Trabalhei como garçonete durante quatro anos, em paralelo à TOPVIEW, no Carmina Bistrô. Não conseguia me bancar com um salário e precisava de um segundo emprego. Aprendi muitas coisas, achava divertidíssimo e feliz ao ver a felicidade das pessoas, sendo atendidas. Despertou uma vontade de ter um negócio meu. Pode ser pequeno, mas ainda vou em busca disso.

Como foi se tornar editora?
Foi bem natural. Era uma vaga que, em teoria, existia e ninguém preenchia, e entre as pessoas que trabalham aqui, eu tinha mais familiaridade com o digital, por ter passado por algumas agências de marketing antes e trabalhado com redação para internet. Sempre foi uma coisa que desejei, mas o que me surpreendeu foi a rapidez [com que isso aconteceu]. Não achava que seria tão “cedo”. Mas, no fim, veio essa transformação da TOPVIEW, que antecipou um pouco. Me pegou um pouco de surpresa, por não me sentir tão preparada, mas acho que eu estava, ou não teriam me escolhido.

Na sua vida pessoal, tem os seus gatos também. Há quanto tempo os tem?
O Vicente tenho há três anos e o Ventoinha há um.

E você sempre teve bichos de estimação?
Quando criança, só chegava perto do meu cachorro, o Fofinho, que na verdade não era nada fofinho, mordia todo mundo. Mas de outros bichos eu morria de medo. Aí, fui morar sozinha e queria um bichinho para ter companhia e também algo para cuidar além de mim mesma. Fui a um pet shop, vi o Vicente e o adotei. Ele tinha três meses, era bem fofinho. Depois, veio o Ventoinha para fazer companhia para o Vicente. Peguei o Ventoinha com menos de um mês de vida, parecia um ratinho cheio de pulgas, e o Vicente logo começou a lambê-lo. Eles são lindos, apesar dos pelos. Muitos pelos.

Entre trabalhar na TOPVIEW, cuidar dos gatos e o trabalho de garçonete, como você consegue ter um tempo para si?
Sempre se arranja, né? Quando eu tinha essa jornada dupla, era bem puxado, acho que suportei bastante tempo, mas com a promoção, não deu mais para conciliar. Eu saía durante a semana, porque nos finais de semana trabalhava [no Carmina]. Vou me adequando de acordo com os horários, faço unha na hora do almoço, marco de cortar o cabelo no final da tarde…

“2017 foi um ano de autodescobertas e quero aprimorar isso.”

Tem algum filme, série ou livro com que se identifique bastante?
Vários. Filme é sempre de acordo com o momento, não tenho um favorito da vida. Se tivesse que definir, diria Harry Potter. As pessoas acham infantojuvenil, mas são super “para a vida” as mensagens que os livros passam.

Qual é a sua projeção pessoal para 2018?
Não sou muito organizada com a vida. Não planejo, vou vivendo. Tem o seu charme viver o momento, né, mas acho que é pior. Não sei como quero estar em junho ou dezembro. E até o momento, a vida tem sido legal comigo, mas eu gostaria de ser mais organizada, fazer um planejamento de vida. Não consigo dizer o que quero ser, aonde quero chegar e o que quero fazer. Tem isso de ter um café, mas não sei quando nem como me preparar. Tem o aprender mais sobre marketing e internet, mas não sei por que, quando ou aonde quero chegar. 2017 foi um ano de autodescobertas e quero aprimorar isso.

Pelo que você é grata em 2017?
Foi um ano bem bom. 2017 trouxe uma promoção, novas responsabilidades, passei um Carnaval incrível descobrindo coisas sobre mim, estive em lugares que nunca imaginei, vi neve pela primeira vez, passei meu aniversário viajando e muitas pessoas entraram na minha vida, então, sou grata demais. Apesar de ter perdido minha avó, que me criou e foi a grande responsável pelo que sou, não foi um ano ruim, ela já estava sofrendo bastante, então descansou. As coisas boas foram maiores.

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