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SPFW: confira a coleção da Esfér, a primeira joalheria a se apresentar no São Paulo Fashion Week

A label desenvolveu peças inéditas para o seu debut; veja também como foram as outras apresentações da sexta-feira (25)

Na sexta-feira (25), mais nove marcas se apresentaram no terceiro dia de São Paulo Fashion Week, que está sendo apresentado de forma digital com o tema SPFW + Regeneração. Confira abaixo detalhes sobre as coleções:

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ESFÉR

Com design autêntico e acabamento primoroso, a Esfér é a primeira joalheria a se apresentar no SPFW. Para isso, a label desenvolveu peças inéditas para o seu debut, apostando na racionalidade de contornos minimalistas para dar forma à materiais nobres, como ouro e prata.

As joias foram criadas a partir de um conceito neutro que prioriza a atemporalidade. Desse modo, os anéis, brincos, colares, pulseiras e ear cuffs, desenvolvidos pela dupla João Viegas e Aldo Miranda, não se limitam a definições de gênero e integram permanentemente o catálogo da marca. A forma esférica se fragmenta em aros, elos, cápsulas, engrenagens e origamis, que exploram a função das peças de maneira original.

(Foto: divulgação)

A parceria com a marca mineira Coven, especialista no trabalho com tricô, foi indispensável para alcançar o resultado dos looks criados pela estilista Isabela Moura e por Victor Borges, que também assina o styling do filme. A ideia é que as joias vistam o corpo, encontrando um lugar de protagonismo, que se revela em recortes, sobreposições e amarrações nos tecidos.

A escolha dos artistas e elementos presentes no vídeo teve como objetivo traduzir em forma de movimento, arte e tecnologia os contornos que definem a identidade visual da marca. Assim, a Esfér cria joias que inovam e retratam a personalidade forte de quem as usa.

GLÓRIA COELHO

Inspirada na mistura das décadas do século passado, que variam entre o começo do século XX até os anos 2000, Glória Coelho apresenta variações do Movimento Hippie dos anos 70, oversized doa anos 80 e o grunge da década de 90 na coleção “Mulheres do Amanhã”. Além disso, ela mistura tecidos som o uso de patchworks, listras quebradas coloridas, flores Liberty e estampas Willy Biondani.

(Foto: divulgação)

A.NIEMEYER

“É tempo de fazer as pazes com a mãe terra, nos reconectarmos com essa fonte potente e divina, que há tempos andávamos distantes”, segundo a label. A coleção propõe a reconexão da natureza, com nós mesmos, nossas raízes e nossa essência. 

“Somos a natureza, nascemos desta energia, e carregamos essa força de crescimento, criatividade, cura, nutrição, alegria, regeneração e sabedoria. Qualidades inerentes a cada um de nós que, quando acessadas, experimentamos o verdadeiro eu, uma sensação de preenchimento ímpar.”

(Foto: divulgação)

JULIANA JABOUR

De volta às passarelas nesta edição virtual do SPFW, Juliana Jabour apresenta sua nova coleção no fashion film “Expectations”. Segundo a marca, ele trata do sentimento de que coisas boas acontecerão num futuro próximo. Filmado no Prédio Sé, locação histórica no centro de São Paulo, e dirigido por Vagner Jabour e Bruno Cabral, o filme é estrelado por duas personagens, interpretadas pelas modelos Marcela Thome e Elle Maciel.

O desfile trata, portanto, de um futuro pós-apocalíptico real. A esperança e a expectativa desse encontro estão presentes nas peças coloridas, volumosas e estruturadas, numa coleção que dá um twist no repertório da estilista. São 11 looks coloridos, 10 deles monocromáticos, além de um bicolor. A coleção é dividida entre os tons intensos e os pastéis, nas cores vermelho, pink, verde, azul e amarelo. O streetwear sempre revisitado pela marca se faz presente em simbiose com babados em caracol, laços, silhuetas volumosas e mangas bufantes. Tudo construído a partir de apenas duas matérias primas: o zibeline, tecido estruturado e brilhante; e o já clássico moletomCozy, da Lunelli Têxtil, parceira de anos nos desfiles da designer.

Os acessórios do desfile são jóias do designer Ara Vartanian, inspiradas no universo automobilístico. Os brincos criam uma espécie de ilusão de ótica, e no filme são usadas as versões em ouro amarelo com rubelita; ouro branco com diamante branco; e ouro amarelo com diamante negro.

SANKOFA: SANTA RESISTÊNCIA

Com inspiração na princesa Elizabeth de Toro, da realeza do Reino de Toro, na Uganda, a estilista Mônica Sampaio criou uma coleção que inclui vestidos estampados de poás contrastantes, macacões com apenas uma alça e peças com  o rosto de Elizabeth. “Quis trazer a Elizabeth para os dias de hoje, como se ela vestisse a Santa Resistência”, disse Mônica à UOL.

“É uma homenagem às mulheres que vieram antes de mim e às que vestem a marca, porque todas são inspiradoras”

(Foto: divulgação)

SANKOFA: MILE LAB

 

A Mile LAB traz roupas produzidas de forma independente trazendo como pauta a conscientização do autocuidado e a valorização da identidade negra e periférica. No terceiro dia de apresentações, a marca surge com uma coleção inspirada nas vestimentas das umbanda. Os looks são todos monocromáticos em branco, com camisas, vestidos em babado e conjuntos de moletom. 

“É um olhar com muito amor e carinho pelas roupas de terreiro” – Milena Nascimento, estilista da marca.

(Foto: divulgação)

 

NEITH NYER

A marca do estilista francês Francisco Terra, que, de Neith Nyer, foi rebatizada para Rolê, trouxe uma coleção inspirada no “Xou da Xuxa” e no filme “Xuxa contra o baixo astral”. No fashion film apresentado, Xuxa faz o papel de uma exploradora do espaço nos anos 80, e enfrenta um vírus que assola o Rio de Janeiro. Junto com uma gangue de adolescentes, ela finalmente se opôs à ameaça pintando uma miríade de arco-íris nas paredes da cidade.

Apesar da temática divertida, o vídeo da marca teve padrões antigos, segundo a UOL: teve plateia (com grande parte usando máscara), desfile na passarela e até uma noiva fechando a procissão. Fora isso, as roupas mostradas estão longe do convencional: peças em vinil, shorts jeans micro combinados com meia-calça, botas — muitas delas brancas, como as da Xuxa — indo até acima do joelho, sobreposição de elementos como a rede, o tricô e o vinil. Sem falar nos corações que estavam por toda parte: na saia volumosa de um vestido ou no vazamento do bustiê.

“É na infância que descobrimos o que é felicidade e o que é tristeza e queria que isto estivesse presente na coleção, falou o estilista.

(Foto: divulgação)

JOÃO PIMENTA

Com roupas sem gênero, João Pimenta propõe uma coleção escapista, repleta de emoções, da necessidade de alegoria, da alegria momentânea. As peças têm tecidos que compõem patchworks das mais variadas texturas: tafetás, rendas, tules, tweeds, jacquards, gobelins, veludos, poliamidas esportivas, aerados, malhas fluorescentes. 

Corsets redesenham as silhuetas. Promovem a combinação que interpreta os movimentos da rua. O passado e o presente em detalhes volumosos, sobrepostos, transparentes. São retratos de épocas, lugares, estilos que se cruzam e redesenham o propósito humano. Peças masculinas ou femininas? Roupas que não reclamam gênero.”

(Foto: divulgação)

 

APARTAMENTO 03

Em uma coleção concebida no lockdown, o Apartamento 03 apresentou um fashion film em uma atmosfera de backstage. Ternos oversized e longos, saias secas e bustiês foram desfilados em um fundo que hora era branco, hora era uma projeção do céu. As cores deste último interferiu na paleta que ia do vermelho, ao azul e ao bege, com estampas que lembravam nuvens e árvores ao vento. Franjas bem longas, quase como saias, balançavam como se fosse um sopro de ar, enquanto as rendas enriqueciam em aplicações, em um esforço consciente de dar a sensação de que estamos sentindo as roupas.

(Foto: divulgação)
 

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