FASHION

Raf Simons faz debut na Prada com coleção masculina de Inverno 2021

Segundo os criativos, a coleção foi desenhada para despertar sensações e as emoções no contexto pandêmico

O mais novo co-diretor criativo da Prada, Raf Simons, estreou ontem (17) sua primeira assinatura masculina para a maison italiana, ao lado de Miuccia Prada. O fashion film apresentado durante o calendário digital da semana de moda masculina de Milão mostrou a coleção de inverno 2021 relacionada aos sentimentos e o contexto pandêmico vivido no último ano  ainda atual. 

 Durante o momento de perguntas e respostas que aconteceu após a apresentação, no qual estudantes de diversas áreas puderam questionar os criativos sobre a coleção,  Miuccia e Simons destacaram que a linha foi desenhada para despertar sensações,  em vez de se trabalhar em cima de uma narrativa, comumente vista nas passarelas. O proposto foi instantaneamente identificado no fashion film.  

O cenário, criado por Rem Koolhaas e AMO,  não se parecia com algum ambiente que se possa ser nomeado. Salas, quartos ou o que quer que fossem, os espaços peluciados em tons de rosa, roxo, vermelho e azul, contemplavam uma espécie de circuito-passarela por onde os modelos, todos visivelmente magros, desfilavam. Só na textura do cenário já foi possível detectar algo que muito nos faltou durante todo esse tempo: o toque. A transição de cenas no fashion film mostrou curtos momentos em que os modelos dançavam em sua forma mais livre e estranha, uma perfeita assimilação da externalização dos sentimentos aflorados pelo caos. 

Em harmonia ao cenário e ao conceito emocional da linha, a coleção também trouxe peças táteis, como os tricôs, além de muita sobreposição com trench coats oversized, bombers, parkas e blazers marcados com a famosa logo da maison nas costas. A segunda pele, já vista anteriormente na primeira coleção de Raf para a marca, aparece novamente, marcando a silhueta masculina.

Os destaques da coleção, sem dúvidas, ficam com as luvas em couro coloridas e com bolsos fixados, e o que os designers chamaram de “body piece”: uma grande diversidade de jumpsuits coloridos e em estampas setentistas justos ao corpo, bem parecidos com aqueles macacões infantis de pijama. A peça foi base para grande parte das composições com sobreposição.

 
 
 
 
 
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“Começamos a falar muito cedo sobre que tipo de peça poderia representar algo muito próximo ao corpo, sendo literalmente quase uma representação do corpo. Estávamos procurando algo que pudesse ser talvez uma peça simbólica para todos esses tipos de sentimentos que sentimos agora”, disse Raf Simons sobre a peça chave da coleção, durante o momento de perguntas e respostas. 

Apesar da ausência de diversidade nos corpos, marcados pelas silhuetas magras de Prada, Raf Simons entendeu que o momento não pede por exuberâncias, mas por verdade no que se veste e sente. Quem aí já quer essa coleção todinha? 

Confira o fashion film da coleção, seguido da conversa entre Miuccia, Raf Simons e estudantes

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