Queda de cabelo na Covid-19
Os consultórios médicos estão cheios de pacientes com queixa de queda de cabelo após o Covid-19, e a maior preocupação é, se é somente um eflúvio, ou início de uma alopédia. Para explicar melhor, o eflúvio é uma queda de cabelo que ocorre a cada 2-6 anos em média e é programada pelo nosso organismo, o período de crescimento do fio é determinado geneticamente, após esse período o cabelo entra em fase de repouso e ocorre a queda. Pode ocorrer também depois de qualquer infecção grave que necessite de um grande esforço do organismo para se recuperar, ou após cirurgias de médio e grande porte.
Esse consumo faz com que diminua a quantidade de de suprimento para os cabelos, eles entram em repouso, uma fase de dormência, por isso caem. A queda de cabelo chega a ser um sintoma muito comum, chegando a 25% dos casos. Quando ocorre uma diminuição de fios, o paciente precisa entender que demora para recuperar o volume, geralmente 3 meses para voltar a densidade, isso se o organismo se recuperou. Já o comprimento demora muito mais. O cabelo cresce 1 cm ao mês, esse é o tipo de queda de cabelo durante a amamentação, tratável com suplementação, vale sempre lembrar que prescrição necessita de avaliação médica.
Já a alopécia é uma doença do couro cabeludo, com múltiplas causas, e crônica, pode causar queda gradativa ou repentina de cabelo, deixando uma área com cabelo mais rarefeito ou somente pele sem cabelo.
É sempre importante uma avaliação minuciosa do couro cabeludo, para verificar se existe alguma lesão, acompanhado de exames para realização de protocolos de tratamentos, diagnóstico de causa e acompanhamento. Se for alopécia androgenética, ocorre a miniaturização gradativa da haste capilar, e redução do número de hastes por folículos, até a formação do pêlo velus (um cabelo bem fininho). Nesse caso o tratamento precisa ser preciso a fim de preservar os folículos, caso contrário será necessário um encaminhamento para dermatologista especialista em transplante capilar. Há ainda outras causas de alopecia, que podem causar cicatrização do óstio piloso, geralmente doenças reumatológicas ou autoimunes. A avaliação é fundamental.
*Coluna originalmente publicada na edição 248 da revista TOPVIEW.