FASHION

Novas experiências

O mercado da moda se adapta ao contexto de isolamento social e cria diferentes oportunidades de negócio

O consumo vem mudando já há algum tempo e, com a Covid-19, tudo foi acelerado. Falando de moda e tecnologia, vemos como as pessoas foram obrigadas a comprar online. Um estudo da SmartCommerce aponta que o e-commerce (para compras essenciais) aumentou, já em março, 40% do tráfego normal. É interessante, ainda, que a Zara teve uma alta de 50% em suas vendas online, mas, mesmo assim, perdeu 44% do seu faturamento normal, o que gerou uma dívida muito grande ao grupo Inditex e vai refletir em fechamento de até 1.200 lojas até 2022.

O presidente da marca, Pablo Isla, posicionou-se comentando que a marca irá implementar uma estratégia de loja integrada, pela qual tudo irá funcionar de forma mais organizada entre online e off-line, trazendo uma experiência melhor para os consumidores. Por conta disso, 450 novos espaços serão abertos já nesse formato.

Uma característica importante que influencia cada vez mais no consumo é o conforto. Muitas pessoas – que nunca tinham comprado online – ficaram extasiadas pela facilidade que é comprar dessa forma. Agora, as marcas precisam se adequar a essa nova prática, trazendo sua expertise para o digital. O Boticário, por exemplo, já estava experimentando em sua loja-conceito sets de maquiagem em realidade aumentada, por meio dos quais você se posiciona em frente ao espelho e escolhe alguns conjuntos de cores e estilos e vê a maquiagem aplicada virtualmente sem precisar encostar em nenhum produto.

(Foto: Marcus Loke l Unsplash)

Acredito que essas formas de trazer novas experiências – além de superlegais – trazem possibilidades de menos julgamento e mais experimentação aos consumidores, porque é uma brincadeira, não custa tempo nem demora. Muitas marcas já tiveram maquiadores em seus espaços reais para testagem presencial, mas, normalmente, as pessoas seguem usando o que sempre usaram. Já no digital, isso é entendido de forma diferente. As marcas farão interações como essas, com sets compostos por celebridades, stylists e demais parcerias, nos quais o profissional direciona a compra e as pessoas podem brincar com os estilos e, quem sabe, descobrirem uma nova versão de si mesmas ali.

O coronavírus é muito ruim para todos, mas podemos ver o que há de positivo sempre. Acredito que entendermos essas novas formas de consumo e como tudo isso vai ser acelerado é muito interessante! Precisamos estar em constante mudança e inovando. Se formos analisar, isso já está acontecendo.

*Coluna originalmente publicada na edição #238 da revista TOPVIEW.

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