(Not so) ugly fashion – o conceito que tem feito a cabeça de fashionistas nas redes sociais
Diga o que vestes e te direi quem és. A moda é uma forma de expressão individual e está sempre acompanhada de conceitos e ideologias. Seguindo essa lógica, o ugly fashion – que, literalmente, significa “moda feia” – é, no mínimo, peculiar: por que alguém o usaria?
A resposta está na ligação direta da moda com as redes sociais – que, por sua vez, são uma importante forma de expressão das novas gerações. Na ânsia por se destacar, não é de se surpreender que peças excêntricas façam tanto sucesso. O apelo dos likes ajuda a explicar esse fenômeno.
Exemplo do “feio” e do “incomum” são os Birkenstock e as pochetes, peças usadas com fervor nos anos 1990 e que hoje ganham assinaturas e parcerias de grifes internacionais e compõem looks de fashionistas. Em outubro do ano passado, a grife Balenciaga, em colaboração com a Crocs, apresentou um modelo de sandálias em salto plataforma. Em fevereiro de 2018, as sandálias entraram em pré-venda e esgotaram em minutos, o que mostra que o excêntrico deixou de ser exclusivo das passarelas e passou a fazer parte do guarda-roupa dos mais atentos.
O próprio designer de moda Dries Van Noten já disse preferir peças feias e surpreendentes: “Eu sou mais inspirado por coisas de que não gosto. Nada é mais tedioso quanto algo bonito”, criticou o belga. Sob esse ponto de vista, compartilhado por Miuccia Prada, o ugly fashion também ajuda a moda a se reinventar e avançar. O feio, veja só, não é tão feio assim.
*Matéria publicada originalmente por Thaiany Osório na edição 209 da revista TOPVIEW.