Roupas de balé sem sofrimento: empreendedoras criam marca que une conforto e inovação

Collants que sobem, elásticos que apertam e meias que rasgam com facilidade: o desconforto das roupas de balé sempre foi um problema para muitas bailarinas. E foi com a falta de opções ergonômicas e sofisticadas, que a professora de balé Mariah Spagnolo e sua aluna Juliana Quege decidiram buscar soluções. O que começou como um projeto pessoal logo se tornou um negócio promissor: a Pointè Brasil, marca que combina tecnologia têxtil e modelagem inovadora para oferecer peças elegantes e funcionais para bailarinas de todas as idades.

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Da necessidade ao empreendedorismo

Mariah e Juliana viviam realidades distintas quando perceberam a carência de roupas adequadas para o balé. Professora experiente, Mariah já estava acostumada com as limitações das peças disponíveis no mercado. Já Juliana, que começou a dançar aos 40 anos, sentiu na pele o desconforto dos figurinos convencionais.

“Perguntei para a Mariah se as roupas das profissionais eram melhores e a resposta foi um sonoro ‘não’”, conta Juliana. Foi o impulso que faltava para que elas iniciassem pesquisas aprofundadas de modelagem, reunissem costureiras especializadas e desenvolvessem a primeira coleção da Pointè Brasil, lançada em 2022.

O grande diferencial das peças criadas pela dupla está no ajuste perfeito para diferentes tipos de corpos, no uso de tecidos tecnológicos e na eliminação de incômodos comuns, como elásticos que apertam a barriga e collants que se deslocam durante os movimentos.

Inovação e modelagem autoral

A Pointè Brasil rapidamente conquistou espaço no cenário da moda para bailarinas, lançando produtos inovadores que uniam conforto e estética. Um dos destaques da marca é a meia-calça “I Need You Baby”, registrada com patente. Diferente dos modelos tradicionais, ela possui um cós de tule com elastano, garantindo compressão sem desconforto. Disponível em tons como salmão e preto, tornou-se um dos itens mais vendidos da grife.

Além das meias, outras criações da marca ganharam popularidade, como a sapatilha meia ponta e a legging em tule. A repercussão foi tão positiva que bailarinas influentes, como Milena Pontes,  Mari Marun e Marina Mompean, tornaram-se embaixadoras da Pointè Brasil, tendo até collants personalizados com seus nomes.

A modelagem como pilar da sustentabilidade

Muito além do conforto, a pesquisa de modelagem da Pointè Brasil também contribui para a sustentabilidade na moda. A otimização dos cortes reduz o desperdício de tecido, evitando descartes desnecessários.

“Uma boa modelagem respeita a anatomia do corpo, proporciona liberdade de movimento e aumenta a durabilidade da peça. Roupas bem ajustadas não deformam com o tempo e evitam compras frequentes, reduzindo impactos ambientais”, explica Juliana.