FASHION MODA

Quando rap e moda se misturam: uma entrevista com o rapper – e, agora, empresário de moda – Emicida

Na SPFW deste ano, a lab fantasma – tocada por Emicida ao lado de seu irmão, Evandro Fióti – apresentou a coleção herança.

Top View: Da onde surgiu a ideia de criar o Lab Fantasma, que é um misto de marca de roupas, loja virtual e selo musical?

Emicida: O Lab nasceu como um coletivo, na época chamado de Na Humilde Crew, e reunia um grupo de pessoas amantes da cultura hip hop. Inicialmente a ideia era vender camisetas, mas com o tempo as coisas foram se redesenhando meio naturalmente e chegamos ao conceito de produtora/gravadora, aí sendo mesmo eu e o Fióti como donos.

TV: Moda e música podem estabelecer que tipo de conexão?

E: Acho que muitas. A história vem mostrando isso. No nosso caso, é a conexão que a nossa música tem com a rua e que a moda também tem que permeia o trabalho.

TV: De que forma você participa da criação das peças do Lab?

E: Eu participo de uma maneira bem intensa e gosto de acompanhar o processo em todas as suas fases, desde quando a ideia e o conceito nascem até as peças já prontas. Claro que a gente se cerca de profissionais e especialistas, mas estou sempre por perto dando meus pitacos.

TV: A primeira coleção, Herança, teve uma grande relação com o samba e com as rendas feitas por sua mãe. A marca pretende trabalhar com uma linha de criação mais afetiva? Como?

E: Na verdade a primeira foi Yasuke, inspirada na história do samurai africano de mesmo nome. Tinha muito de nós ali, assim como em Herança. Pra nós as coisas sempre funcionaram assim, no departamento de música do Lab também. É um critério determinante para nós que haja amor e sinceridade naquilo que estamos oferecendo às pessoas. Só conseguimos trabalhar dessa forma.

TV: Qual é a sua peça preferida da coleção?

E: Eu fico entre o boné azul com a estrela e a jaqueta da mesma cor e estampa.

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