O fluxo da moda
O cenário da moda internacional tem passado por uma verdadeira dança das cadeiras nos últimos meses, com grandes maisons, como Chanel, Gucci, Bottega, Louis Vuitton, trocando seus diretores criativos e executivos. Essas mudanças refletem o dinamismo da indústria e também apontam para uma transformação estratégica nos rumos das marcas de luxo.
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Na Louis Vuitton, a entrada de Pharrell Williams como diretor criativo de moda masculina surpreendeu e sinalizou a busca por maior conexão com a cultura pop e as novas gerações. Já a Gucci, por exemplo, chocou o mercado ao anunciar a saída de Alessandro Michele, que redefiniu o estilo da marca com sua estética maximalista. A chegada de Sabato De Sarno trouxe a promessa de uma visão mais clean e moderna, com foco em conectar a marca com um público mais amplo, sem perder sua essência de luxo. E, ainda, Michele agora assume a Valentino, cargo deixado por Pierpaolo durante 25 anos como diretor da marca.
Em dezembro de 2024, tão logo a Bottega confirmou sua saída, Blazy foi confirmado como o novo diretor criativo da Chanel, para criação de coleções de prêt-à-porter e alta-costura, o cargo mais almejado de toda a indústria da moda.
Essas trocas de comando revelam como as marcas ajustam as suas estratégias para se manterem relevantes em um mercado que demanda inovação constante, sem perder de vista o equilíbrio entre tradição e modernidade.
Essa onda de mudanças promete impactar o que veremos nas passarelas e o modo como as marcas se conectam com seus consumidores e enfrentam os desafios de sustentabilidade e inclusão. O futuro da moda está em constante movimento, e todas essas mudanças são um reflexo de sua busca por evolução.
Tempos de incerteza
Em um cenário de incerteza global e aumento dos preços, o comportamento do consumidor se mostra resiliente, mas cauteloso. As marcas, portanto, precisam ajustar suas estratégias para conquistar e preservar a lealdade dos consumidores em 2025.
Destacar a qualidade dos produtos, o valor agregado e a diferenciação será fundamental para impulsionar conversões. Os consumidores estão mais seletivos e direcionam os seus gastos para marcas que oferecem não apenas produtos ou serviços como, também, uma narrativa convincente e relevante.
Os profissionais de marketing que observam atentamente o zeitgeist – o espírito cultural do momento – terão maior facilidade em reagir de forma ágil às mudanças nos sentimentos dos consumidores, aos momentos culturais e às transformações regulatórias. Manter a imagem e o storytelling que os clientes já amam sobre uma marca, mas apresentá-los de forma criativa, será um pilar essencial para reforçar a fidelidade dos consumidores.
A conclusão é clara: consistência, agilidade e conexão emocional por meio de histórias bem contadas serão elementos cruciais para marcas que desejam crescer e se destacar em tempos imprevisíveis.
*Matéria originalmente publicada na edição #297 da TOPVIEW