Perfil da moda autoral curitibana: conheça as marcas autorais criadas na cidade
O curitibano é peculiar e seus gostos também. Sua fama território afora é de ser frio e fechado, o que tem se provado um mito com o passar dos anos – aviso: este texto é escrito por uma curitibana muito simpática. Devido ao comportamento típico da região, os gostos dos moradores também são diferentes e influenciam a gastronomia, a cultura e a moda local.
Algumas marcas de moda autoral, ao firmarem seus empreendimentos em Curitiba, buscaram entender o perfil da cidade e de seus compradores. Afinal, o que o curitibano gosta de vestir? Com diversas propostas, designers locais se aventuraram em vestir as pessoas desta cidade com clima atípico – o que influencia, e muito, a produção de peças de roupas.
E falando em clima, a capital paranaense é conhecida pelo seu tempo inesperado. Quem não tem a previsão do tempo como melhor amiga já passou por poucas e boas. Pensando nesta inconstância das temperaturas e precipitações curitibanas, a Toró, marca autoral de Curitiba, criou roupas para chuva. Sim, especificamente pensando no clima curitibano.
“A ideia de lançar a marca surgiu de uma necessidade da Sarah Hartmann, sócia da Toró. Um dia ela não encontrou uma capa de chuva bonita para usar. Com isso, percebemos que todas as peças eram feias, nada urbanas ou pensadas para uso no dia a dia. Por isso, nascemos com o conceito de que não podemos deixar a chuva atrapalhar nossos planos”, afirma Anne Neubauer, sócia-proprietária da Toró.
Com modelos urbanos, modernos e de cores diferentes da paleta usada em Curitiba – normalmente tons frios e neutros -, a marca curitibana está dentro de lojas em diversas cidades do Brasil, como São Paulo, Porto Alegre e Balneário Camboriú, além de sua loja online que entrega em todo o país.
Já com um perfil mais alinhado, Luan Valloto, também designer da marca autoral que leva seu nome, se propõe a desenhar roupas com linhas mais retas e cores mais neutras. “O curitibano, assim como a população da América Latina, tem um perfil de consumo de produtos mais comerciais e funcionais. Além disso, eu identifico uma certa seriedade na forma dele se vestir, com cores neutras, sóbrias, tons crus e terrosos. Bem urbano mesmo”, afirma o designer.
A proposta de Luan também traz um conceito atual, da sustentabilidade, fazendo com que esse fosse o principal pilar da marca.
“Meu foco é numa moda mais consciente, com menor impacto ambiental. Por isso, trabalho com slowfashion e tecidos com fibra têxtil natural, que consome menos energia e água na hora da produção. E, como opção de peças mais acessíveis, uso também linhas de materiais recicláveis”, comenta Valloto.
Desafios da moda curitibana
O curitibano, normalmente, veste a cidade. Não no sentido figurado, óbvio, mas ele se inspira nas formas arquitetônicas dos prédios, no clima, nas ruas e nas calçadas. Por isso, independentemente da marca, ela precisa levar isso em consideração. Valloto, inclusive, precisou mudar suas fontes de inspiração e alterar sua coleção. “A primeira coleção era muito conceitual, com muita textura, formas orgânicas. Isso, no entanto, não teve o efeito que eu imaginava. Então, eu tentei simplificar, com linhas mais sóbrias, corte mais reto e geométrico”, conclui.
A Toró, por mais que não tenha mudado sua inspiração para ter aceitação do público curitibano, nasceu com essa conexão já estabelecida, para não cometer erros. “Eu acho que a moda curitibana começa sendo bem voltada à cidade. As marcas regionais têm muito a ver com isso, pensando no público daqui primeiro e, depois, no de fora”, diz Neubauer.
Conheça outras marcas autorais de Curitiba:
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