Islanna lança projeto para promover artistas negras por meio da moda
Desde que chegou ao mercado brasileiro, em 2021, a marca Islanna, criada em Londres pela empreendedora Islana Rosa, traça planos em direção a uma moda antirracista. O passo da vez é o projeto “Vozes Negras” que visa promover artistas negras por meio da moda.
“Vi no movimento Black Lives Matter um alerta e uma motivação para continuarmos no nosso propósito. A Islanna nasceu motivada pela questão do protagonismo feminino negro e da sustentabilidade. Quando decidi trazer a marca para o Brasil, buscamos criar ações duradouras que pudessem destacar o papel da mulher negra na sociedade brasileira”, explica Islana em entrevista à Marie Claire.
O “Vozes Negras” se inicia com as artes plásticas, mas a ideia de Islanna é ampliar para outras áreas. A marca convidou artistas para produzirem uma estampa de camiseta e quatro mulheres foram selecionadas: Manda Lobos (@maisdeumlobo), Greicy Kelly (@pretooju), Joyce Gomes (@_joy.arte) e Mitti Mendonça (@mao.negra). E tem três pilares como base: base visibilidade para vozes femininas negras; a criação de conexões entre mulheres negras e a sociedade; e a remuneração justa e o empoderamento feminino negro.
Para Islana, a arte e o design precisam ser encarados como trabalho formal e necessário no Brasil. “Precisamos valorizar e remunerar essas artistas pelo trabalho que realizam, pela contribuição delas para a sociedade. Meu desejo, tanto com a marca Islanna, onde controlamos a cadeia de produção e com o ‘Vozes Negras’ é de que a nossa remuneração e condições de trabalho justas sejam uma inspiração para outras marcas e outras pessoas a fazerem o mesmo”, diz.
A designer ainda acredita que falta estrutura e valorização de artistas, marcas e designers e, com isso, elas “acabam perdendo a oportunidade de explorar o mercado internacional. São poucos os nomes da moda e do design contemporâneo nacional que conseguiram se posicionar no mercado internacional. Eu morei anos fora do Brasil e era nítido o desejo do estrangeiro de consumir o estilo de vida brasileiro. Temos uma vantagem que poucos países têm, um gingado único, um estilo despretensioso que é atrativo para o estrangeiro. Na minha visão falta o trabalho estruturado e mais incentivos e projetos de todos os tipos para posicionar o nosso design lá fora”, afirma Islana.
O projeto tem viés social, sendo que 50% do lucro das vendas das camisetas são distribuídos para a artista detentora da estampa e os outros 50% são doados para uma das instituições que trabalham com o empoderamento feminino negro no Brasil, como a Gelédes e a ONG Criola.
Via: (Marie Claire)