FASHION

Coluna Ana Clara Garmendia, outubro de 2017

Moda em construção

Uma ideia fixa de quem cria moda é a construção. Logo, a arquitetura, conscientemente ou não, está presente sempre na concepção de uma peça de roupa ou acessório. Temos muitos exemplos de gente que transita entre os dois mundos. Giorgio Armani foi um dos importantes nomes do século 20 a lançar sua linha de produtos para casa. O gótico Rick Owens tem uma linha de móveis e objetos incrível, e até mesmo as grandes redes, como Zara ou H&M, têm produtos ligados a casa e decoração.

Mesmo que Angelina Jolie apareça basicamente vestida com uma criação da Givenchy, a roupa faz a estrutura do seu corpo sempre magro. Atenção para as pantalonas que lambem o chão. Estrutura fora de ordem.

Voltando ao corpo, à roupa… Quando pensamos em nos vestir, estamos construindo um invólucro para nossos corpos. Eles podem ser armados, estruturados, desestruturados, colados, casulos – o que quer que seja, são construídos. Sapatos, bolsas e acessórios? Pura arquitetura, desenho, construção. Maquiagem? Desenhos, linhas, construção de imagem. Passamos às lojas… Arquitetos como Peter Marino assinam lojas de Chanel, Dior e muitas outras, recriando toda a história sensorial e visual de seus designers. E assim as duas vão se contemplando e completando. Na prática, talvez a gente acabe nem se dando conta, mas serão as duas sempre dependentes e andarão juntas por toda a eternidade.

Kembra Pfahler é uma artista americana performática que usa maquiagem, cabelo e roupa como apoio visual ao seu trabalho. Ativista, inteligente, engraçada, afiada, desafiadora. Um ícone. Pesquise-a

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