Coluna Ana Clara Garmendia, novembro de 2017
Acho que uma das boas modas do ano foi termos sido pegas de surpresa pelo classicismo, apesar de tantas misturas em grande parte das coleções. Se os exageros de bordados e pedrarias andam sempre por aqui e acolá, os terninhos e a simplicidade das formas impostas para marcar o sexy, sem nenhuma vulgaridade, também foram e são fortes para o verão. Se existem homens que querem se vestir como mulheres, nós também queremos o contrário. Não é a roupa do namorado. É a nossa roupa igual à dele, que também pode rolar em formas mais acinturadas, elaboradas e usadas com uma lingerie por baixo. O fatal pode estar justamente naquela roupa nada previsível. Foi assim que, há uns 100 anos, as mulheres começaram a se vestir como homens, em um movimento que marcou aquele século. Agora, estamos de novo querendo marcar nosso território, não sendo tão previsíveis. A mulher que usa o vestido sensual está sempre sendo esperada, mas a que vai na contramão chega para dar uma sacudida nas regras SEMPRE. Epa! Mas isso não quer dizer que não estamos abusadíssimas nas minissaias, não. A gente pode TUDO o que quiser. Esse é o mantra. Nos modismos do verão, também aproveite para deixar as costas inteiras de fora. Raspar a nuca. Pintar o cabelo de violeta. Comprar uma mule de plumas. Levar o pijama de seda para a rua. Colocar a barriga de fora. Não esqueça que a classe está em você. Sempre na maneira como você carrega a sua roupa, a sua nudez.
*Matéria publicada originalmente por Ana Clara Garmendia na edição 205 da revista TOPVIEW.