Saiba o que vai estar nas vitrines de 2025
“Um universo de possibilidades possibilidades marcado por polaridades e novas interpretações do passado e do presente.” Essa fala, da designer, mentora e professora Dani Nogueira, dá o tom das tendências de moda e beleza em 2025. Da retomada de padronagens clássicas à busca de texturas e sensações que lembram os elementos naturais, ela compartilhou uma análise detalhada sobre as principais direções que vão moldar a expressão estética no próximo ano.
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Sobriedade em conexão
De um lado, vemos a continuação do excesso, do adorno e do too much. Segundo Daniela, é um ciclo natural da moda: “Após um período de refinamento e limpeza estética, há um desejo humano de adicionar novamente elementos exuberantes.” Por outro lado, porém, o básico sofisticado e o elegante continuam em evidência, com uma estética que privilegia a seleção cuidadosa. “A palavra ‘elegante’ vem do latim ‘elegere’, que significa ‘escolher’. Essa escolha se reflete no que vestimos e, também, no que falamos e em como nos comportamos”, explica a pesquisadora.
Texturas em alta
Estamos vivenciando uma transição na qual texturas e cores assumem o protagonismo como meios de expressão autênticos, emcontraste com a imaterialidade do mundo virtual. Os produtos de moda e beleza estão cada vez mais ancorados em texturas que evocam sensações táteis e em paletas de cores que remetem à natureza. “A própria cor do ano da Pantone, marrom, exemplifica essa conexão com a terra. Embora ‘gourmetizado’, ele reflete as tonalidades menos saturadas da natureza”, destaca Daniela.
Ressignificação do estilo por gerações
Cada geração interpreta as tendências à sua maneira. Segundo Daniela, a Geração Z, por exemplo, abraça a estética house, inspirada nos anos 1970 e no glamour de Manhattan e interpreta esses elementos com um toque contemporâneo. Enquanto isso, os Millennials trazem uma visão criativa ao excesso, adicionando adornos de forma singular. Já a Geração X mistura elementos de diferentes épocas e estilos, resultando em uma multiplicidade de tendências dentro de um mesmo contexto.
Sensorial e sustentável
A sensorialidade também ganha espaço nas texturas rugosas e nos elementos táteis, que despertam conexões reais. Até mesmo tecnologias como a Inteligência Artificial buscam reproduzir essas experiências sensoriais. Daniela chama isso de “textura das realidades”, algo que traz a verdade para os elementos do cotidiano e aqueles mostrados nas telas.
Formas orgânicas e estruturadas
As modelagens de 2025 caminham entre extremos: ora orgânicas, fluidas e desmembradas, ora estruturadas e definidas. Essa dualidade reflete o dinamismo da moda, em que elementos como mousseline e alfaiataria convivem harmoniosamente. “Uma parte superior estruturada pode ser combinada com uma parte inferior fluida, trazendo equilíbrio entre forma e liberdade”, pontua Daniela.
Padronagens clássicas
As padronagens tradicionais, como pied-de-poule e risca de giz, continuam sendo revisitadas, porém, agora, com um toque de criatividade e brincadeira. Essas estampas atemporais são adaptadas para dialogar com a contemporaneidade. Com combinações inusitadas, cortes modernos e sobreposições ousadas, elas surgem em versões ampliadas ou minimalistas, aplicadas a peças que transitam entre o clássico e o despojado.
Singularidade
No meio de tantas polaridades, cada indivíduo encontra espaço para criar sua própria narrativa estética. Essa é a essência do que Daniela chama de “metamoda”: um universo no qual as escolhas pessoais se destacam como tendências únicas e autônomas. Essa liberdade criativa permite que as pessoas ressignifiquem tendências com base em suas histórias, valores e identidades. A singularidade está na habilidade de equilibrar referências do passado com um olhar voltado para o futuro, criando algo totalmente novo e genuíno.