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Baby Bleph: jovens na faixa dos 30 anos adiantam cirurgia nas pálpebras para renovar o olhar

Solução rápida apara o excesso de pele na pálpebra superior ou inferior sem afetar as bolsas de gordura subjacentes

No ano em que a blefaroplastia atingiu o topo do ranking, sendo a cirurgia mais realizada no mundo em 2024 segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), os cirurgiões plásticos perceberam um novo público para o procedimento.

“Ainda há muita procura para blefaroplastia para abrir o olhar, mas estamos observando uma mudança na faixa etária das pessoas que solicitam esse procedimento. Alguns anos atrás, a média de idade era de mais de 50 anos. Agora, vemos pessoas na faixa dos 20 e 30 anos pedindo lifting de pálpebras, principalmente porque veem resultados bem-feitos em influenciadores e celebridades que estabeleceram um novo padrão para a aparência ‘renovada'”, explica o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

“E como nem todos os procedimentos de pálpebras são criados iguais, personalizamos as técnicas para atender a esse público”, acrescenta o médico. É o caso do “baby bleph”, conhecido como uma miniblefaroplastia. “É uma solução rápida que retira o excesso de pele na pálpebra superior ou inferior sem afetar as bolsas de gordura subjacentes. Essa técnica está ganhando força entre pessoas nessa faixa etária que desejam uma aparência rejuvenescida sem se comprometer com uma cirurgia completa até porque, nesta idade, não apresentam excesso de bolsas de gordura”, completa o Dr. Paolo.

De acordo com o Dr. Wellerson Mattioli, cirurgião plástico membro titular da SBCP, o olhar é uma região-chave na comunicação não verbal. “Ele transmite emoções, vitalidade e confiança. Muitas vezes, o excesso de pele nas pálpebras ou bolsas de gordura abaixo dos olhos fazem a pessoa parecer mais cansada ou envelhecida do que realmente está. Por isso, a busca por um ‘olhar descansado’ se tornou um objetivo estético importante, superando inclusive procedimentos injetáveis. É uma tendência clara: as pessoas querem parecer bem, com naturalidade e sem excessos“, explica o Dr. Wellerson. As mídias sociais e o trabalho remoto são as principais causas desse adiantamento da cirurgia.

“Elas tornaram nossos rostos mais evidentes do que nunca. Pacientes mais jovens estão constantemente se vendo em videochamadas e em imagens de alta definição nas mídias sociais, e estão hiperconscientes da aparência de seus olhos”, explica o Dr. Paolo. “É importante comentar também que lentamente, mas com segurança, o estigma da cirurgia plástica está sendo eliminado. É cada vez mais aceitável buscar soluções cirúrgicas, além de tratamentos não invasivos, para realçar as próprias feições”, diz o cirurgião plástico Dr. Paolo. Mas, ainda entre jovens, fatores ambientais, como o tabagismo, e a boa e velha genética, podem contribuir para uma aparência mais cansada no olhar, segundo o cirurgião plástico. “Um jovem com indicação de blefaroplastia é na maioria das vezes devido a características genéticas, e não por envelhecimento propriamente dito. Mas o benefício é o mesmo”.

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Outra questão importante está no abandono dos padrões rígidos que marcaram a cirurgia em décadas passadas, segundo a Dra. Beatriz Lassance, membro da SBCP. “Se antes o objetivo era deixar todos com pálpebras esticadas e olhos ‘abertos demais’, hoje a blefaroplastia é guiada pela personalização. O cirurgião avalia fatores como gênero, idade, etnia, proporções faciais e até o estilo de vida do paciente. Um olhar bonito é natural, coerente com quem aquela pessoa é”, reforça a especialista.

O médico Dr. Paolo Rubez destaca que a maioria dos pacientes mais jovens se beneficia de ajustes sutis em vez de esperar mais tempo e ter que recorrer a cirurgias maiores. Mas para um resultado mais dramático e natural, a blefaroplastia superior e inferior tradicional continua sendo o padrão ouro. “Pacientes mais jovens que optam pelo procedimento completo geralmente apresentam preocupações que vão além do leve inchaço. Muitos apresentam olheiras proeminentes, bolsas malares ou ptose palpebral superior, que exigem uma abordagem cirúrgica abrangente em vez de uma solução rápida. O rejuvenescimento das pálpebras envolve muitos fatores”, destaca. “É mais do que apenas um problema de pele, e os melhores resultados abordam os diversos componentes do envelhecimento, incluindo pele, músculos, ligamentos e gordura. Mas tudo dependerá da indicação clínica do paciente em questão.”

De acordo com o Dr. Paolo, para pacientes mais jovens, é possível focar na manutenção do volume e dos ligamentos, em vez de reduzir excessivamente a gordura, o que pode criar uma aparência mais envelhecida. “Os melhores resultados vêm de uma abordagem estratégica que equilibra estética e função. Na realidade, se bem feita, a cirurgia deve apenas dar a impressão de que você está descansado e mais jovem”, comenta o Dr. Paolo.

Com relação à duração do resultado, ela é muito maior do que os tratamentos não cirúrgicos, como os injetáveis, que exigem manutenção regular. “Pacientes mais jovens podem desfrutar de resultados que duram 15 anos ou mais, enquanto pacientes de mais idade geralmente veem benefícios por uma década”, destaca. “Mas o mais importante é buscar auxílio de um cirurgião plástico experiente, uma vez que a blefaroplastia é uma cirurgia em que podemos fazer uma série de associações para um resultado harmônico”, finaliza o Dr. Paolo.