ESTILO

Vinhos e a gastronomia

Saiba quais são as possibilidades de harmonização mais indicadas conforme o prato escolhido

A gastronomia vive um de seus momentos mais libertadores. A liberdade criativa, a ousadia e o toque autoral estão em voga na cultura gastronômica. Na harmonização de comida com vinhos não é diferente. Uma geração mais moderna de sommeliers vem pregando que sair do comum pode ser muito divertido e prazeroso. Obedecendo, claro, a algumas regras básicas para evitar uma experiência desagradável ao paladar, a tendência sugere liberdade para inovar na seleção de vinhos que acompanham as refeições, abrindo, assim, possibilidades inesperadas de harmonização, por vezes felizes e surpreendentes.

O importante é se atentar à combinação entre acidez, corpo e tanino, pois essa relação influencia diretamente na percepção de sabor do alimento no ato da harmonização. A máxima da atualidade diz que o paladar é soberano, mas levar em consideração algumas sugestões pode ajudar a diminuir a margem de erro.

Carnes
As carnes vermelhas pedem vinhos tintos encorpados, suculentos, com “bouquet”, enquanto as brancas vão melhor com vinhos mais leves, mais jovens e menos carregados de aroma e sabor. Carnes de caça combinam com vinho tinto de mais idade, com final aveludado. Aqui, uma exceção: o leitão assado é perfeito com um espumante Nature.

Peixes
Peixes frescos e grelhados são beneficiados quando acompanhados de um vinho branco, leve, frutado e vivo. Já os assados pedem um branco mais seco, encorpado e untuoso. Contudo, um caso foge à regra: o bacalhau vai muito bem com um vinho tinto, encorpado e, de preferência, com boa adstringência.

Massas
No caso das massas, fique atento ao tipo de molho escolhido. Para os molhos com tomate, lembre-se dos italianos: um Chianti, quem sabe. Molhos com bastante queijo podem ir muito bem tanto com tintos como com brancos. Um Riesling é bem interessante. Tem frutos do mar no molho? Vá de Rosé!

Doces
Vinho licoroso doce ou espumante doce são sempre a pedida certeira, conforme a sobremesa tenha mais ou menos açúcar em sua receita. Se a sobremesa for de chocolate, com baixa doçura, algo acima de 70% de teor de cacau, aposte em um tinto. Quem sabe um Syrah chileno? Ainda tem muitas dúvidas? Então aposte nos espumantes – Brut ou Nature. Eles vão bem com tudo! Uma boa pedida é começar e acabar uma refeição sempre na mesma companhia: as das borbulhas.

*Coluna originalmente publicada na edição #242 da revista TOPVIEW.

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