Logo ali, grandes aventuras gastronômicas
por Juliana Reis
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
COSTELA COM AMIGOS – Restaurante Rosa Brasil
Costela desmanchando na boca preparada desde cedo em fogo de chão. Vale dirigir os 25 quilômetros de Curitiba até o restaurante Rosa Brasil — Costela Fogo de Chão, no Rancho do Cavalo, em Quatro Barras, para degustar essa delícia acompanhada de feijão campeiro e saladas.
A propriedade, em cenário rural com lago e cavalos para passear, é o xodó do publicitário — e também cozinheiro e assador responsável — Andrews Souza. Durante a semana, ele serve caldo de costela e grelhados (a partir de R$ 22), e a disputada costela de fogo de chão (R$ 34 a R$ 37) é a estrela nos fins de semana e feriados.
Av. São Sebastião 2.800, Quatro Barras, (41) 9989‑6660. Todos os dias das 9h às 17h30.
CARAMBEÍ (PR)
SABORES DA IMIGRAÇÃO – Restaurante e cafeteria Koffiehuis
Combinar de ir comer torta em Carambeí já se tornou um clássico entre quem mora na região dos Campos Gerais. A pequena cidade, colônia de imigrantes da Holanda, também é famosa por suas saborosas tortas doces herdadas dos caderninhos de receitas das famílias holandesas. Visite o Parque Histórico, que conta a trajetória dos imigrantes, e não resista às tortas (R$ 58 o quilo) servidas na Koffiehuis — cafeteria na entrada do parque.
Prove a appeltaart (torta de maçã, que já era consumida na Holanda desde o período medieval), os poffertjes (minipanquecas baunilhadas e amanteigadas criadas por monges no século 15), os cheesecakes… Aos sábados, domingos e feriados a casa também tem bufê indonésio-holandês (R$ 40).
É que imigrantes da colônia holandesa que perdurou na Indonésia até os anos 1940 também se estabeleceram em Carambeí. Entre vários pratos, há o lumpia, variante indonésio do rolinho primavera chinês, e o nasi goreng, arroz frito com especiarias, vegetais, ovos e carnes.
Entrada do Parque Histórico, Carambeí, (42) 3231-5876.
3ª a domingo das 11h às 19h; 6ª das 11h às 21h. www.aphc.com.br
LAPA
CULINÁRIA ÍTALO-TROPEIRA – Restaurante Expedito
Aqui, a Itália mistura suas colheres com as da cozinha regional formando um cardápio ítalo-tropeiro. As delícias, que unem massas, carnes e temperos da região, são servidas no restaurante Expedito, na Lapa, cidade que nasceu no século 18 como movimentado pouso de tropeiros.
Comandado pelo chef local Rheinard Pfeiffer, o Expedito é restaurante, bar e pizzaria. Suas porções são generosas e deliciosas — caso da mandioquinha frita extremamente cremosa, do bolinho de carne seca, da sopa de quirerinha com suã e paio, da abóbora com carne e cebola caramelizada, do nhoque de pinhão com ragu de linguiça… E mais: quase todos os pratos têm versões vegetarianas.
Rua Amintas de Barros, 260, Lapa, (41) 3622-9845. 4ª a domingo das 12h à 0h.
MORRETES (PR)
BARREADO E TRANQUILIDADE – Villa Morretes
Após a ponte que cruza o rio Nhundiaquara, uma casa com jardim, redes e varandas cobertas com voal serve, como todos os restaurantes de Morretes, barreado. Mas ali o foco é mesmo no prato típico da região.
Nada de sequências de frutos do mar, que roubam o estrelismo do barreado. No Villa Morretes, é servido à vontade (R$ 45 por pessoa) e vem na cumbuca de barro com bananas e arroz. Basta escolher se o prefere já misturado na farinha ou não. E o melhor de tudo: está afastado do burburinho que domina Morretes nos fins de semana.
Rua Almirante Frederico de Oliveira, 155, (41) 3462‑2140. 4ª a 6ª das 11h30 às 15h30; sábado e domingo das 11h30 às 16h30. www.barreado.com.br
ANTONINA (PR)
CARDÁPIO ÍTALO-CAIÇARA – Cantina Casa Verde
Cozinha ítalo-caiçara. O termo parece curioso, mas é um bem-sucedido casamento entre ingredientes vindos de pequenos produtores do litoral e a influência dos ancestrais italianos da esposa do carismático André Furlaneto, um ex-engravatado que virou dono de restaurante em Antonina.
O ambiente rústico e charmoso da Cantina Casa Verde é um convite para provar as iguarias elaboradas por André, como o conchiglione recheado com mamão verde e servido com frutos do mar; a adaptação da famosa carne de onça, mas feita com siri; ou a banana-da-terra com arroz de siri envolto por folha de repolho com peixe grelhado. A sequência ítalo-caiçara de seis pratos custa R$ 57 por pessoa. Ótimo roteiro gastrocultural.
Travessa Marinho de Souza, 34, Centro, Antonina, (41) 3432-3612. 5ª a domingo das 12h às 22h. www.cantinacasaverde.com.br
SERRA DONA FRANCISCA (SC)
QUEIJOS DE CABRA FELIZ – Rancho das Cabras
Angelo e Neusa foram para a zona rural de Campo Belo, no alto da serra, há 18 anos para cultivar orgânicos e abastecer os estabelecimentos da região. Logo estavam criando cabras e produzindo leite e queijos especiais artesanais.
É o próprio casal quem faz a ordenha e põe a mão na massa para fazer queijos boursin (alguns com o fungo Penicillium roqueforti, usado nos queijos azuis, e outros com ervas e condimentos a R$ 14 a embalagem com quatro), queijos frescos tipo Minas (R$ 14) e o iogurte (R$ 10 o litro).
As cabras, criadas sob valores de respeito aos animais, não são usadas para abate e ficam em semiconfinamento em amplo e limpo estábulo. Têm até nomes próprios dados pelos amados donos: Catarina, Laura, etc. Stefanie, aliás, foi eternizada em um lindo porta-retrato. Os produtos são vendidos apenas em uma feira em Joinville (Rua Eduardo Trinks, 6ª das 7h às 16h) ou no próprio rancho.
Recomenda-se telefonar para marcar a visita. A entrada para o Rancho das Cabras está a cerca de 40 quilômetros da BR‑101, no alto da Serra Dona Francisca, e a três do posto da polícia rodoviária.
Estrada Geral Saltinho, Campo Alegre-SC, (47) 3632-8135. Diariamente das 10h às 16h30.
UM CHALÉ NO PARAÍSO
Armazém Dona Francisca
Um grande chalé de madeira em meio a um cenário bucólico com lago, colinas e araucárias, onde são servidos deliciosas tortas, chocolate quente e pratos de pinhão e cordeiro da região — entre eles sopa de capeletti de cordeiro (R$ 18) e o hambúrguer serrano (R$ 26), que é de… cordeiro! Esse último é a estrela da casa e vem no pão feito lá mesmo com queijo cheddar e batatas fritas.
A carne dos cordeiros, abatidos até os oito meses para ser macia e de sabor suave, também é vendida no local embalada a vácuo em cortes de pernil, paleta, costela, t-bone, assim como os hambúrgueres congelados, pães, geleias, bolachas e mel. Fica em uma entradinha de terra a dois quilômetros do posto da polícia rodoviária.
Rodovia SC-301, 2.812, (47) 3632-2348. Sábados das 10h às 21 horas, domingos e feriados das 10h às 18h.
“O” PASTEL
Lanchonete Rio da Prata
Segundo os proprietários, são 30 mil pastéis vendidos por semana à beira da estrada. Para quem está dirigindo pela BR-101 na direção Curitiba-Joinville, basta entrar à direita na SC-301 e seguir por seis quilômetros. Ali, antes de a estrada começar a subir a cênica Serra Dona Francisca, Márcia Merkle faz pastel (R$ 3,75 a R$ 6,25) há cerca de 20 anos — desde que seu marido machucou a perna em um acidente e, com menos possibilidades de trabalho, precisou montar uma barraquinha de caldo de cana para ter renda extra.
O negócio que atendia caminhoneiros e viajantes cresceu e se transformou num chalé que abriga uma minifábrica de pastéis e emprega cerca de 60 pessoas, incluindo parte da família Merkle. Márcia testou de tudo até encontrar o ponto da massa perfeita: fresquinha, sequinha e crocante, não arrebenta e, por isso, tem espaço para generosos 150 tipos de recheios como os de frango com gorgonzola e gengibre, e o de Nutella com castanhas. Pastel de vento aqui não tem vez.
Rodovia SC-301, s/nº, Pirabeiraba, Joinville-SC, (47) 3428-0019. 4ª a 2ª das 8h às 22h.
WAFFLE DE…PÃO DE QUEIJO (!)
Dom Camponês
A mineira Cida já viveu com o marido Vitório em diversos lugares quando ele era gerente do Banco do Brasil. Escolheram Campo Alegre (SC) como lar fixo quando veio a aposentadoria. Como boa mineira, Cida inventou um waffle (R$ 18), feito de massa de pão de queijo, servido com geleia, requeijão ou, melhor ainda, doce de leite Viçosa (premiado no Concurso Nacional de Produtos Lácteos como o melhor do Brasil).
A tentação é carro-chefe do Dom Camponês, lugarzinho aconchegante à beira da estrada da Serra Dona Francisca, a três quilômetros do posto da polícia rodoviária. As cadeiras são cobertas de pelegos (afinal essa é uma região de criadores de ovelhas e cabras) e o café colonial (R$ 49,90) tem queijos da região. Alguns são produzidos por Cida, que estudou na mais conceituada escola de laticínios do Brasil, o Instituto Cândido Tostes, em Juiz de Fora (MG).
Rodovia SC-301, 1.880, Campo Alegre-SC, (47) 8806-1924. 3ª a domingo das 9h às 21h.