That’s amore!

Comer, beber, explorar e descansar — não necessariamente nessa ordem — são alguns dos verbos mais praticados em território italiano. E é o que atrai mais de 50 milhões de turistas (8 milhões só em Roma!) todos os anos. Inclusive esta que vos escreve.

Os longos dois anos de fronteiras fechadas para brasileiros foram cruéis e deixaram saudades da melhor gastronomia do mundo (leia-se massas com trufas brancas frescas, burratas cremosas, gelatos La Romana…), além dos amigos da época de residência no Piemonte. Foi para onde me dirigi assim que o passe voltou a ficar livre.

Com charmosos vilarejos ligados por estradas estreitas e paisagens de cair o queixo, incluindo fileiras e mais fileiras de parreiras que acompanham o relevo das colinas, a região de Alba clama por tempo e calma. Refeições sem pressa, que podem durar o dia inteiro, ajudam facilmente a mergulhar na experiência. A sensação é de estar na Toscana sem a parte da aglomeração de turistas e dos sightseeings batidos. O destino é obrigatório para quem curte roteiros exclusivos e fora do lugar-comum.

E o ditado é claro: a vida é muito curta para beber vinho ruim. Dito isso, nada como ir direto à fonte de alguns dos mais festejados rótulos entre os enólogos. A variedade produzida no Piemonte é conhecida até entre os mais leigos apreciadores – e inclui os tintos Barolo e Barbaresco. Sobra qualidade desde a vindima (palavra usada para a colheita das uvas) até a deliciosa degustação nos próprios vinhedos, muitos deles de pequenos produtores e com administração familiar, como é o caso da Fontanafredda, da família Alciati, que também conta com hotel na propriedade, que foi casa de campo do rei Vittorio Emanuele II — o mesmo que dá nome à famosa galeria em Milão, em que a rede Vik inaugurou uma unidade com 89 suítes.

Apesar do ar romântico, fui para Alba sozinha e voltaria várias outras vezes (e da mesma forma!) para repetir a experiência completa, que também inclui menu degustação no estrelado Guido Ristorante. Com tantos prazeres, estar acompanhada ou não seria um mero detalhe.

*Matéria originalmente publicada na edição #262 da revista TOPVIEW.