ESTILO VIAGEM

Conheça a família curitibana que embarcou junta em um ano sabático

Sandro França e a esposa, Kelen, decidiram passar um ano fora, morando em pelo menos dois destinos – que seriam escolhidos durante a viagem

26/03/2017

por Redação | TOPVIEW

Foi em fevereiro de 2016 que Sandro França, a esposa Kelen e os filhos Henrique e Julia – então com 13 e 11 anos – partiram para um inusitado intercâmbio familiar: passar um ano fora, morando em pelo menos dois locais diferentes e vivendo em cada um deles uma rotina parecida com a que a família tinha em Curitiba. Ou seja, com escola, compras de mercado, refeições em casa e muita convivência. A ideia da aventura surgiu cerca de um ano antes e o casal enxergou no momento da venda de uma empresa – na qual ambos trabalhavam – a chance de realizar o sonho. “Há muito tempo eu queria ter essa experiência de viver fora, de conhecer outras culturas, de viver o lugar”, explica Kelen. O projeto foi se formatando aos poucos. Os filhos foram envolvidos desde o começo e, para organizar as opções de destino, a família montou uma grande planilha com os pontos importantes para cada um: idioma, segurança, clima, cultura do local, proximidade com o mar. Cerca de seis meses depois desse processo, os quatro partiram para a aventura (só com a passagem de ida) que começaria com uma viagem de um mês pela Itália. Lá, depois de conhecerem a região de origem da família de Sandro, decidiriam onde ficar.

O primeiro local escolhido foi Malta, ilha que fica ao sul da Itália. “Quando eu saí do hotel e me deparei com o mar azul transparente, as encostas, as torres feitas pelos cavaleiro de Malta, pensei: ‘Daqui eu não saio’”, lembra Sandro. A família acabou morando nessa ilha e também em Valência, na Espanha. Segundo o casal, a maior dificuldade foi a de se alugar uma casa, pela falta de comprovante de renda local. “Mesmo com a cidadania italiana, criar uma estrutura por lá não é tão simples quanto parece”, explica Sandro. Ele enfatiza, porém, que com uma boa programação financeira e um pouco de paciência não há nada que não possa ser resolvido. Mesmo a adaptação das crianças nas escolas foi simples. E o fato de elas estarem expostas a uma nova cultura, mas poderem voltar para casa e encontrar os pais – o que não aconteceria em um intercâmbio tradicional – foi outro ponto a favor do modelo de viagem concebido pela família. Sandro, Kelen, Henrique e Júlia ainda viajaram pela Grécia, França, Croácia e por Portugal.

Ex-executivo da LVMH e também com passagens pela Barilla e Procter & Gamble, Sandro tinha vontade de ter uma experiência internacional, assim como muitos dos colegas com quem conviveu ao longo da carreira. Também aproveitou a oportunidade para fazer alguns contatos profissionais para iniciar um negócio de comércio exterior, que ele toca atualmente, desde que voltou a Curitiba no começo de 2017. Das grandes lições da experiência de morar um ano na Europa vieram alguns ensinamentos e reflexões: “Uma coisa que a gente sempre relacionava ao luxo é a dificuldade de obter alguma coisa e a escassez. E o que hoje é escasso é a liberdade e o tempo, duas coisas que a gente conseguiu”, explica Sandro. Kelen ressalta outro grande aprendizado: “Percebi que posso viver bem, feliz, com pouca infraestrutura. E isso dá uma leveza; é muito mais estar do que ter.” Dos filhos, veio o depoimento que todo pai gostaria de ouvir: “Depois disso, sei que consigo me virar em qualquer situação.” E para a família inteira ficam as boas memórias de uma experiência inesquecível.

Um brinde à vida! A família em piquenique com amigos no sul da França.

Sandro e os filhos na estação de esqui de Aprica, no norte da Itália.

O casal na ilha de Santorini, na Grécia, com o mar Egeu ao fundo.

Para fazer igual

Sandro e Kelen dão dicas para quem se inspirou na experiência da família:

• Se tem vontade, faça essa viagem e crie o momento para que ela aconteça;

• Mas, é claro, é importante ter um bom respaldo financeiro;

• Vale a pena ir com os filhos, pois a proximidade e o fato de estarem vivendo uma aventura juntos só une a família. Entretanto, é importante que todos abracem a causa, porque dificuldades vão existir e só dessa forma todos vão lidar bem com elas.