ESTILO VIAGEM

Chile reúne belíssimas paisagens e é destino perfeito para apaixonados por neve

Costumo dizer que Chile é o meu país preferido na América do Sul. Comprido como nenhum outro, tem uma longa faixa abençoada pelos cenários sobrenaturais do Atacama e da Patagônia, terras férteis que produzem vinhos de excelência, ondas frias mas adoradas por surfistas –
sempre munidos de neoprene – no congelante Pacífico, gastronomia de primeira na capital e a cereja do bolo para brasileiros desacostumados: neve – muita neve. 

A partir de abril, é possível avistá-la a poucos quilômetros da aterrissagem ao Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, principal porta de entrada chilena, ainda durante o sobrevoo pela estonteante Cordilheira dos Andes. No final de junho, quando se espera que o volume de flocos alcance a marca mínima de um metro desde o solo, os picos de maior altitude se preparam para receber esportistas de inverno – sobretudo esquiadores e snowboarders. 

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É o caso de Chillán, pequena vila a sul de Santiago muito bem frequentada desde os anos 1970 e repaginada em 1997 com a abertura do Grand Hotel Chillán – foi a partir daí que o destino entrou oficialmente no mapa do turismo de luxo. Duas décadas depois, uma reforma ainda mais robusta garantiu lugar no roteiro obrigatório do jet set internacional que gosta de esquiar o ano inteiro, com direito a heliponto improvisado nas duas quadras de tênis da propriedade. É, ainda, rota de profissionais da neve: o time nacional dos Estados Unidos, por exemplo, migra para lá quando as pistas começam a derreter no Hemisfério Norte. 

(Foto: acervo pessoal)

Rebatizado de Termas Chillán em 2019, o complexo é bastante completo: tem sete andares, mais de uma centena de quartos decorados com elementos naturais e assinado pelo premiado Ricardo Cuevas, refeições deliciosas que estão incluídas na diária, salas de jogos com atividades para as crianças, aulas matinais de yoga com a sensacional Camila Lama e uma área de três andares todinha dedicada ao spa (a massagem da Jessica é incrível e a piscina externa, imperdível).

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O après ski (termo em francês que significa “depois de esquiar” e não se limita apenas a quem efetivamente esquia) ainda pode incluir os bons drinks de Max, expert responsável pela mixologia do bar do hotel — ele fala português, o que facilita o pedido. E já que está no Chile, a sugestão é começar com pisco sour, uma versão menos forte que a peruana, e finalizar com vinho tinto local aos pés da lareira enquanto conversa sobre as manobras del dia nas 27 pistas do complexo.

Algumas curiosidades:

  • Chillán é o centro de esqui com mais superfície para iniciantes — 30% da área é dedicada para quem está começando, 40% para níveis intermediários e 30% para os avançados — e com a pista mais comprida da América Latina, a Três Marias, com um total de 14 km de extensão.
  • O ponto mais alto das montanhas tem altitude de 2.400 metros e a prática é feita lado a lado de vulcões ativos (mas inofensivos) como o Chillán, importantíssima parte da paisagem local.
  • Quem está afim de curtir a neve de forma plena depende completamente da natureza, e nem sempre as precipitações acontecem conforme o planejado. Em 2021 os flocos caíram com força e abundância do começo ao fim da temporada. Em 2022 demoraram a cair, mas seguiram com ótimo volume. Ao que tudo indica, 2023 segue da mesma forma.

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