ESTILO VIAGEM

À procura da cidadania perfeita: conheça países que permitem cidadania sem descendência 

Independente de descendência estrangeira, qualquer brasileiro pode adquirir cidadania em outros países

Uni-duni-tê, qual cidadania eu vou escolher? Sim, ES-CO-LHER. A cidadania, ou seja, direitos civis, políticos e sociais em um país, normalmente, é procurada por pessoas que tenham descendentes vindos de outros países. Assim, seja por insatisfação ou oportunidade, é possível morar legalmente em outros países.

Apesar do Brasil ser um país recheado de culturas do mundo todo, devido às imigrações, e, por isso, conter diversas raízes estrangeiras, muitos brasileiros não conseguem chegar a fundo em suas árvores genealógicas ou não possuem uma linhagem estrangeira. Isso não significa que o sonho de residir legalmente em outro país seja impossível – ou só nascendo de novo, literalmente. Carol Gonçalves e Gisele Rodrigues, casal que foi morar em Portugal por conta de um projeto de doutorado de Gisele aceito na Universidade do Minho, na cidade de Braga, tinham planejado ficar um ano e meio no país.

“Nós tínhamos o propósito inicial de ficar 1 ano ou 1 ano e meio. Entretanto, já fomos com o visto e toda a documentação necessária com o propósito de pedir a nacionalidade portuguesa”, afirma Carol.

Morando há cinco anos legalmente no país, com o visto de estudante para o titular e seu agregado familiar, elas conseguiram entrar com o pedido de nacionalidade portuguesa, mesmo sem ter um único parente descendente lá. Hoje, Carol trabalha no país como pessoa singular e emite recibos verdes, além de pagar os impostos anuais. Sua esposa, Gisele, tem uma empresa registrada em Portugal, além de trabalhar por contrato – portanto, paga os impostos. “Dessa forma, podemos usufruir dos direitos de igualdade no país em que escolhemos para viver”, diz a modelo fotográfica profissional.

A opção que Carol e Gisele usaram para obter a cidadania, no entanto, é apenas uma entre tantas que alguns países oferecem para que estrangeiros adquiram dupla nacionalidade. Alessandra Travasso, proprietária da L’aurora Cidadania – empresa que auxilia brasileiros a tirarem cidadania italiana – conta que a Itália, apesar de não oferecer opções de cidadania para quem não é descendente, abre suas portas para possíveis investimentos em outros países.

“Hoje, tenho diversos clientes que procuram a cidadania italiana porque desejam investir nos Estados Unidos, por exemplo. Com a nacionalidade, é possível investir no solo americano sem precisar de visto – apenas uma autorização, o que também é mais fácil e barato”, conta.

Lugares que você pode adquirir sua cidadania sem descendência 

Bulgária

Na Bulgária, é possível obter a cidadania sem nacionalidade de duas maneiras. Uma delas é o investimento de
U$ 1 milhão em um título do governo com garantia total por cinco anos. Já a segunda opção – e também a mais rápida – é, também, o investimento de U$ 1 milhão em um título do governo, mais o investimento de mais 1 milhão de lev búlgaro um ano depois. Esse investimento deve ser mantido por pelo menos dois anos após a concessão da cidadania.

Catedral de Assunção, em Varna, na Bulgária. (Foto: Shutterstock)

Canadá

O Canadá possui um programa para investidores imigrantes e, com isso, oferece cidadania em troca. Para isso, é preciso seguir quatro critérios: demonstrar experiência comercial adequada; o investidor e seu cônjuge devem ter um patrimônio líquido pessoal superior a C$ 1,6 milhão; toda a família deve concluir e passar nas avaliações médicas e de segurança do Canadá; e investir pelo menos C$ 800 mil por um período de cinco anos em um dos programas disponíveis.

Portugal

Portugal oferece diversas oportunidades para quem busca a cidadania no país. É possível adquirir a cidadania portuguesa por meio de transferência de capital, aquisição de imóveis, abertura de negócios e residência legal. Em transferência de capital, é possível realizar uma transferência de pelo menos 1 milhão de euros para uma conta bancária portuguesa; investimento de 350.000 euros em atividades de pesquisa que fazem parte do sistema científico e tecnológico nacional; e 350.000 euros de investimento na produção artística ou no patrimônio cultural nacional; 350.000 euros em fundos de investimento ou capital de risco comprometidos com a capitalização de empresas constituídas nos termos da lei portuguesa, com um prazo de vencimento mínimo de cinco anos.

Aquisição de propriedade seria a compra de imóveis de pelo menos € 500 mil ou a compra de imóveis com mais de 30 anos ou em uma área de regeneração urbana de pelo menos € 350 mil para reforma. Já nos negócios, é necessária a criação de no mínimo 10 novos empregos, ou € 350 mil para a incorporação ou o aumento de capital de uma empresa portuguesa, criando ou mantendo um mínimo de cinco empregos permanentes por um período de três anos.

Azenhas do Mar, em Sintra, Portugal. (Foto: Shutterstock)

Estados Unidos

Para obter a cidadania nos Estados Unidos, o green card pode ser um facilitador. Dois anos após obter o documento de residente condicional nos EUA, é possível investir no país para se tornar elegível para a residência permanente. Para isso, uma das opções é o investi- mento de US$ 900 mil em uma área rural ou criar dez novos empregos de período integral em uma área com alto desemprego. É possível, também, o investimento direto de US$ 1,8 milhão em uma empresa americana.

A Estátua da Liberdade, em Nova York, nos Estados Unidos. (Foto: Shutterstock)

Reino Unido

No Reino Unido, é possível adquirir a cidadania por residência. Para isso, é preciso cumprir alguns requisitos, como comprovar que morou no Reino Unido nos últimos cinco anos; não ter ficado ilegal no Reino Unido nos últimos 10 anos; passar no teste de inglês B1; não ter passado mais do que 450 dias fora do país nos últimos cinco anos; não ter passado mais de 90 dias fora da Inglaterra no último ano; e ser aprovado no teste “Life in the UK”.

O clássico ônibus vermelho da região, o Big Ben e o Palácio de Westminster, em Londres, no Reino Unido. (Foto: Shutterstock)

*Matéria originalmente publicada na edição #257 da revista TOPVIEW.

Deixe um comentário