Turismo da vacina

Lá se foi mais de um ano de pandemia e a nossa relação com as viagens mudou completamente, provavelmente para sempre. Expressão batida desde que o vírus apareceu, o “novo normal” no contexto do turismo tem incluído uso de máscara específica (lenços comuns e bandanas não são mais aceitos nos voos), preferência por destinos isolados e cuidado extremo com a limpeza. Os hotéis também diminuíram a capacidade total e muitas das atrações turísticas estudam a melhor forma de se encaixar no atual cenário global. É delicado mesmo: agências de todo o Brasil relatam que boa parte de seus clientes mais fiéis não voltou a viajar – ainda.

Dos que já colocaram o pé na estrada, a maioria continua com foco no Brasil, o que é excelente para o reaquecimento da nossa economia. Outra parcela crescente e desacreditada no ritmo de vacinação por aqui (aproximadamente 25% da população recebeu a primeira dose do imunizante até agora) faz a dobradinha quarentena no México mais vacina nos Estados Unidos — melhor se for a de dose única pela rapidez, ou da Pfizer e da Moderna, aprovadas pelo novo passaporte verde, que visa estimular a retomada segura das viagens internacionais para quem já está imune.

Aos interessados no “turismo da vacina” (sim, existe um termo para o fenômeno), a boa notícia é que cidades americanas como Nova York já disponibilizam o imunizante da Covid-19 para visitantes.

Compostos móveis de vacinação em lugares turísticos (oi, Times Square!). O atrativo resultou em um aumento de, pasmem, 719% na busca de voos para o lugar, somente no mês de maio.

Enquanto a quarentena é obrigatória para brasileiros, o país da guacamole com totopos segue como melhor opção: não há necessidade de visto nem dificuldade na comunicação, os custos são relativamente baixos, os voos são diretos e a hospedagem, de primeira. Four Seasons Mexico City é uma superindicação para os primeiros dias: tem ares de lar, paisagismo dos sonhos e cama muy confortável (item importantíssimo para a qualidade de vida em longas temporadas). Na Riviera Maya, recomendamos o La Valise, em Tulum, hotel boutique com pouquíssimos quartos e zero aglomeração. Não dá nem para reclamar de uma quarentena dessas. 

* Coluna originalmente publicada na edição #250 da revista TOPVIEW.