Top 15 legados de Jaime Lerner para Curitiba
Sistema de Transporte BRT
Na década de 1970, Lerner e equipe queriam uma cidade que combinasse grandes estruturas de trabalho e vida. E também uma estrutura que evitasse o crescimento desordenado e atenuasse a saturação do Centro. Assim surgiu o BRT, inédito no mundo, dentro do Plano Preliminar de Urbanismo de Curitiba. A cidade recebeu uma canaleta exclusiva para circulação dos expressos e o espaço remanescente foi destinado aos carros. As ligações de longa distância foram acomodadas em vias paralelas (rápidas), preparadas para acomodar a circulação em mão única.
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Parque Barigui
Prestes a completar 50 anos, o Parque Barigui é um dos mais antigos e mais frequentados da cidade. Mas nem sempre foi assim. Ele foi criado para controlar as enchentes que afetavam Curitiba na década de 1970 e inspirou outras grandes áreas verdes com o mesmo objetivo. Lerner inseriu o Rio Barigui na rotina da cidade e instituiu a preservação de remanescentes florestais e da rede de drenagem natural (ao invés de represar as águas). O local tem 1,4 milhão de metros quadrados e diversos equipamentos de lazer e cultura.
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Parques São Lourenço, Tingui e Tanguá
Foram inaugurados na esteira do programa de recuperação de áreas verdes. O primeiro, remodelado na década de 1970, tomou o lugar de uma fábrica de couro. O São Lourenço protege remanescentes de mata nativa e abriga o Centro de Criatividade de Curitiba. O Tingui, inaugurado em 1994, tem lagos, pontes, parque infantil e ciclovia. O cartão postal é o Memorial Ucraniano. E o Tanguá, localizado em uma área de pedreiras desativadas, foi aberto em 1996 para proteger as araucárias da nascente do Rio Barigui.
Calçadão da Rua XV
O projeto urbanístico de Lerner queria priorizar as pessoas, não os automóveis. Com essa ideia em mente, o prefeito inaugurou o primeiro calçadão comercial do Brasil, na Rua XV de Novembro. A obra foi concluída em 72 horas em 1972, rapidez necessária para driblar a oposição dos comerciantes. Assim, ficou difícil voltar atrás. Com desenho de Abraão Assad, a Rua das Flores se transformou em ícone turístico de Curitiba, um dos principais pontos de encontro e de ideias.
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Conservação do Centro Histórico
Entre as grandes mudanças que Jaime Lerner trouxe à cidade na década de 1970 está a conservação do patrimônio histórico. Nessa época Curitiba já tinha 277 anos. Na sua gestão, diversos casarões foram restaurados e transformados em galerias de arte, livrarias, cafés e lojas, nos moldes do que havia de mais moderno no mundo. Pequenos cinemas, a Casa da Memória e a tradicional feirinha de artesanato do Largo da Ordem também fizeram parte dessa ação.
Parque do Iguaçu e Jardim Zoológico
O Parque Regional do Iguaçu, fundado na década de 1980, é um recanto de lazer e também faz parte do sistema de drenagem da cidade. O Jardim Zoológico Municipal e a lagoa do Iguaçu, com capacidade para canoagem, coexistem com intuito de preservar a fauna e a flora do entorno do Rio Iguaçu. Quando ele transborda as áreas planas alagam, o que protege os municípios ao redor. O Jardim Zoológico acolhe os animais que ficavam no Passeio Público. Já são 80 espécies.
Teatro Paiol
A construção do lugar onde hoje é o Teatro Paiol data de 1874, mas foi em 1972 que o espaço foi adaptado para virar um centro cultural. A inauguração oficial ocorreu no dia 29 de março, aniversário da cidade, e fez parte de uma série de mudanças urbanísticas que Curitiba vivia na época. O espaço é intimista, comporta pouco mais de 200 pessoas, tem formato de arena romana e já foi um paiol de pólvora. Pelo local já passaram Gonzaguinha, Hermeto Pascoal, Elza Soares e Zizi Possi, entre outros.
Separação de lixo
O programa Lixo que não é Lixo, de coleta seletiva, surgiu na década de 1990. Os caminhões da prefeitura recolhem material reciclável e distribuem nas cooperativas que filtram e revendem os componentes. Nas comunidades carentes, o projeto Compra do Lixo ajudou Curitiba a receber um prêmio da Organização Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente (1990). Eles ajudaram a atacar o problema de lixo nos bolsões mais pobres da cidades e deram à capital do Paraná o título de cidade verde.
Rua 24 Horas
Inaugurada em 12 de setembro de 1991, a Rua 24 Horas é uma galeria que liga as ruas Visconde de Nácar e Visconde do Rio Branco, no Centro de Curitiba. Foi a primeira do gênero no Brasil e ficou caracterizada por oferecer atendimento integral em um tempo em que o comércio noturno não passava de algumas farmácias. A galeria possui 116 metros de extensão e foi construída em estrutura metálica tubular em forma de arcos. Há dois grandes relógios, um em cada entrada, que marcam as horas em 24 intervalos, ao invés de 12.
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UNILIVRE
A Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE) nasceu em 1992 em uma pedreira desativada, na última passagem de Lerner pela prefeitura. Era um braço do serviço público municipal e servia para difundir práticas relacionadas às questões ambientais e ao crescimento desordenado das cidades. Foi concebido como um espaço de avant-garde (à frente do tempo). A inauguração contou com a presença de um dos maiores defensores do meio ambiente, Jacques Cousteau. Atualmente é uma entidade do terceiro setor.
Ópera de Arame
A Ópera de Arame também foi construída em cima de uma pedreira desativada. Foi idealizada por Lerner, mas o projeto foi assinado pelo arquiteto Domingos Bongestabs. É um exemplo de acupuntura urbana ao transformar uma ferida feita pelo homem na paisagem em um marco arquitetônico e cultural. A construção, edificada em ferro tubular, com tela aramada e cobertura transparente em policarbonato, tem cerca de 4 mil m2 de área construída em três níveis e auditório para mais de 1.600 espectadores.
Jardim Botânico e Museu Botânico
O bairro hoje conhecido como Jardim Botânico pertencia ao Capanema, onde residia a maior ocupação irregular de Curitiba. Com a emancipação da região, em 1991, durante a terceira gestão de Jaime Lerner, a cidade ganhou seu principal cartão-postal. Dentro do Jardim Botânico está também o Museu Botânico, que busca incentivar a pesquisa científica e a divulgação da flora brasileira. O local ainda abriga um centro para informações sobre botânica e um herbário.
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Residência da Rua Bom Jesus
Residência da família Jaime Lerner por décadas, esse projeto de 1963 foi implantado em um terreno de testada estreita e declividade relativamente acentuada. Predominam na edificação o concreto, a madeira e um pano de vidro que descortina a vista do jardim. Desde 2003 é a sede da Jaime Lerner Arquitetos Associados/Instituto Jaime Lerner. Em 2008 a obra passou por uma ampliação, incorporando uma biblioteca e novas salas de trabalho.
“Vizinho, parente por parte de rua”
“Vizinho, parente por parte de rua” nasceu da vontade de Lerner de escrever histórias infantis que têm relação com o espaço urbano. Seus personagens traduzem fielmente o que ele pensa em relação à cidade. Para Lerner, uma localidade não pode ser tão complexa como as pessoas querem que seja. O livro é de 2005.
“Acupuntura Urbana”
Em “Acupuntura Urbana”, Jaime Lerner relata grande parte do que viu nas cidades pelo mundo. “Um café pode ser insignificante para o conjunto de uma cidade mas pode ser o início importante do processo de reanimação de uma rua”, explica o arquiteto, sobre o termo. Ele foi o mestre de costurar essa ideia em Curitiba. O livro que explica esse processo de criação foi lançado em 2011.
*Matéria publicada originalmente por Camila Machado na edição 213 da revista TOPVIEW.
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O Paraná amanheceu triste! Morreu nesta quinta (27), o ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, aos 83 anos. O maior paranaense da história deixa um legado enorme na arquitetura, urbanismo e vida política do país. #JaimeLerner #Luto
— TOPVIEW (@topviewclub) May 27, 2021