ESTILO

Do frozen ao pistache: tendências de comidas ao longo dos anos

A gastronomia se reinventa impulsionada pelas redes e como um reflexo das transformações sociais e culturais

Um evento inédito – e um tanto quanto inusitado – transformou a economia da Islândia em agosto deste ano: uma explosão na demanda por pepino no país. O vegetal esgotou de tal forma nos supermercados que foi preciso passar a importá-lo da Holanda. O motivo tem nome: Logan Moffi tt, ou, melhor, The Cucumber Guy, como é conhecido no TikTok. Com quase 6 milhões de seguidores e vídeos que somam mais de 30 milhões de visualizações, Moffi tt viu suas receitas de saladas de pepino viralizarem dentro e fora do país.

A gastronomia, assim como a moda e outras manifestações culturais, sempre foi reflexo das mudanças e comportamentos sociais. Das sopas enlatadas popularizadas pela industrialização à explosão de pratos artesanais nos últimos anos, o que e a forma como nos alimentamos talvez seja uma das melhores traduções de códigos de comportamento.

O Banquete de Platão, de Anselm Feuerbach (Foto: reprodução)

Resgate ancestral

Na história da humanidade, não demorou muito para que os alimentos transcendessem a simples necessidade fisiológica e se tornassem um símbolo de identidade, status e compartilhamento de experiências. Na Antiguidade, em eventos na Grécia e na Roma Antiga, comida e bebida eram servidas em abundância e refletiam o prazer sensorial durante os chamados “simpósios”. “Esse tipo de evento também era estratifi ado por classe social, refletindo a hierarquia da época”, explica Daniele Rocha Saucedo, doutora e historiadora. “Há relatos e evidências históricas de pessoas preparando alimentos em grandes panelas, indicando que o cozimento era uma prática comum em certas civilizações antigas”, completa ela.

Com a industrialização, aconteceu o surgimento de alimentos pasteurizados e enlatados, como as sopas, que marcou uma era de conveniência e acessibilidade. Esse também foi um marco importante na saúde, com a redução de doenças causadas por alimentos estragados.

Porém, foi apenas nas últimas décadas, com a globalização e a ascensão das redes sociais, que a comida passou a ser consumida tanto pelo paladar quanto – e principalmente – pela estética. Lugares, alimentos e pratos da moda surgiram como febres. Cafés instagramáveis se espalharam pelas cidades, enquanto fotos de brunchs aesthetic ou de massas perfeitamente empratadas passaram a dominar os feeds do Instagram.

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*Matéria originalmente publicada na edição #295 da TOPVIEW

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