Tecnologia e natureza humana em um futuro não tão distante
As gerações das décadas de 1960, 1970 e 1980 acompanharam em sua infância a idealização do que poderia vir a ser o futuro por meio da animação Os Jetsons, uma família que fazia ligações em uma tela na palma da mão e contava com a ajuda doméstica de um robô! Já na infância dos nascidos nos anos 2000, situações como essa não só fazem parte do dia a dia como se tornaram indispensáveis no processo de ensino durante a pandemia. E não só em ligações a distância, mas a vida parece acontecer diante das telas.
A Rosie (a robozinha que ajudava a família nas tarefas de casa) hoje, pode ser traduzida pela tão aclamada Alexa, que liga e desliga as luzes e os equipamentos dentro de casa apenas pelo comando da voz. Ou mesmo pelos aspiradores de pó eletrônicos que até já passam pano, deixando a casa limpa sem sequer a presença do morador. Cafeteiras preparam o café na hora escolhida e cortinas se elevam mostrando o dia que já raiou, despertando quem dorme. Quem diria que poderíamos ver uma parede de banheiro inteira de vidro que se torna imediatamente opaca ao simples levantar da tampa do vaso sanitário? Coisas que nem mesmo os criadores do carro que voava – aliás, com previsão de lançamento para 2023 – puderam prever.
E a tecnologia não para de se reinventar e evoluir, até porque ela própria nos traz novos obstáculos que demandam novas soluções. Na lista das invenções tecnológicas do último ano, por exemplo, podemos encontrar produtos que insinuam uma considerável mudança na forma de nos locomover, morar e até mesmo comer. Já imaginou uma impressora que constrói casas? Ou uma que produz bifes à base de plantas? Pode parecer impensável, mas elas já existem.
Impensável mesmo é imaginar como seriam Os Jetsons de hoje. Se a animação que idealizava um futuro longínquo fosse criada nos dias atuais, o que mais poderia prever como sendo do futuro que já não tenha sido pensado ou até mesmo projetado?
Talvez, se olharmos para a natureza humana, tenhamos a resposta para essa pergunta. Pois essa, bela e imutável, mantém-se firme, apesar de tanto a tecnologia favorecer a longevidade.
Não podemos fechar os olhos para a realidade do momento e negar que a morte, seja por conta da Covid-19 ou por qualquer outro motivo, infelizmente ainda não pôde ser driblada.
Mas, inversamente proporcional e de uma forma muito mais feliz, a tecnologia também não foi capaz de impedir o início da vida! Crianças muito desejadas pelos seus pais continuam nascendo no seu tempo, trazendo alegria aos que as esperam de forma, muitas vezes, inesperada! E a doce Madalena, filha da nossa querida Patricia Tressoldi, é a prova disso: veio ao mundo três semanas antes do previsto, na mesma semana em que fechamos esta edição. Isso impossibilitou que esta crônica fosse agraciada por mais uma bela história da Patricia, mas nos permitiu fazer uma singela e sincera homenagem à chegada da Madalena!
* Crônica editorial originalmente publicada na edição #250 da revista TOPVIEW.