Sem frescura: desmistificando as artes
Por Malu Rogers
Leonardo da Vinci dizia que a arte diz o indizível, exprime o inexprimível e traduz o intraduzível. Pablo Picasso, por sua vez, afirmava: “a arte é a mentira que nos permite conhecer a verdade”. Já o surrealista espanhol Joan Miró acreditava que, mais importante do que a obra de arte propriamente dita, é o que ela vai gerar. Para ele, a arte pode morrer, um quadro desaparecer: o que conta, no fim das contas, é a semente. Hoje, portanto, desmistificar a arte é uma tarefa necessária – não há como viver sem arte.
Por isso, a publicitária de formação e artista plástica carioca – mas curitibana de coração – Malu Rogers chega à TOPVIEW com a nova Embaixada de Artes, principalmente para explorar a importância da desmistificação da arte. Conheça um pouco mais Malu Rogers:
Como – e quando – começou a sua relação com a arte?
Desde criança, na minha infância, sempre gostei de desenhar. Mas foi quando fui acompanhar minha filha, que passou para uma universidade em Nova York, que minhas fichas começaram a cair… encontrei minha paixão. Passava horas nos museus. Comecei também a estudar na The Art Students League. No término de um dos cursos, fui convidada para expor em Veneza e Nova York. Foi aí que as coisas começaram a acontecer.
Como você se descreve?
Não gosto muito de me descrever nem de descrever ninguém… não gosto de rótulos. Quando você rotula uma pessoa, você tira dela todas as outras possibilidades. O legal de ser artista é poder ser livre. Mas, se eu fosse obrigada a me descrever, meu rótulo seria o de uma pessoa sem frescura.
Para você, quais foram as maiores dificuldades enfrentadas pelos artistas durante a pandemia?
A maior dificuldade enfrentada pelos artistas – e por todas as pessoas que têm sensibilidade e empatia – foi e está sendo assistir ao sofrimento da humanidade diante da doença e de tantas perdas.
Quais foram as adaptações que você precisou fazer diante da pandemia, tanto em sua vida pessoal quanto profissional?
Nunca produzi tanto como durante a pandemia. Vi uma frase, não sei de quem é, mas me marcou, que diz: “Machuque um artista e terá como resposta muita arte.” Para driblar minha tristeza, pintei.
Quais são os conteúdos que poderemos esperar com a sua chegada como Embaixadora de Artes da TOPVIEW?
Muita arte, de uma maneira simples e acessível. Desmistificar a arte – é isso que estou a fim de fazer. Arte faz um bem danado, gostaria que todos se apaixonassem como eu me apaixonei.
Quais são as suas expectativas em relação à Embaixada?
Que a gente se divirta muito.
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Museu Oscar Niemeyer
Curitiba (PR)
*Coluna originalmente publicada na edição #251 da revista TOPVIEW.