ESTILO

Quanto valem as obras de arte?

Além de investimentos, as obras de arte carregam valores intangíveis ligados aos sentimentos

“Ninguém se banha no mesmo rio duas vezes”. A frase é uma máxima atribuída a Heráclito de Éfeso, um filósofo pré-socrático grego conhecido por sua teoria de que a mudança é essencial para a existência. Ele acreditava que tudo no universo está em constante fluxo e a transformação contínua é a essência da vida e do universo.

Se tudo o que existe está em contínua mudança, as obras de arte talvez sejam a forma mais próxima de capturar um momento único e materializar o talento. A própria criação artística é um processo dinâmico, conforme artistas revisitam e reconfiguram suas obras, evoluindo suas técnicas e estilos ao longo da carreira.

Desde 1984, a galeria Simões de Assis traz para Curitiba grandes nomes da arte conceituada e promessas nacionais e internacionais. “A galeria, antes de mais nada, tem a função de trazer o que há de mais representativo nas várias gerações da arte”, afirma Waldir Simões de Assis, marchand e fundador da galeria. “Nós temos três curadores, profundos estudiosos de arte que passaram por bienais, museus e algumas galerias. Eles têm uma antena muito ligada para identificar tendências.”

Tanto Simões de Assis quanto os filhos, Laura e Guilherme Simões de Assis, responsáveis pela filial da galeria em São Paulo, têm seus acervos particulares, que contam, inclusive, com peças de artistas contemporâneos, identificados como grandes promessas. Segundo ele, a arte bem comprada é um investimento.

Ele cita Zéh Palito, um artista visual emuralista do interior paulista de 38 anos. “Quando uma pessoa faz um investimento alto em uma obra de arte, tem que ter a certeza de que, se um dia ela quiser dispor, vai ter um retorno financeiro para isso”, explica.

Adão e Eva, de Zéh Palito, 2023.

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