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A moda do porco invade Curitiba

A carne suína ganha novo status na cena gastronômica curitibana, graças à abertura de novos estabelecimentos que exploram as potencialidades do ingrediente

Se durante muito tempo a carne suína teve que se contentar com um papel secundário no circuito gastronômico curitibano, hoje ela está conquistando protagonismo. Do segundo semestre de 2017 para cá, pelo menos quatro estabelecimentos que usam a carne de porco como base para suas receitas abriram as portas: Porks – Porco e Chope, Porcadeiro, Vó Maria Durski e Pururuka. Ao mesmo tempo, outros bares e restaurantes começaram a dar mais destaque ao ingrediente. A tendência, conforme os envolvidos, é resultado de uma evolução na criação de porcos e na desmistificação do ingrediente. “A suinocultura vem crescendo muito em qualidade de estrutura, genética animal, etc., o que resulta em uma carne com qualidade bem superior à de anos atrás”, afirma o sócio do Pururuka, Murilo Bizinelli. O receio com relação ao excesso de gordura ou à transmissão de doenças (como a cisticercose) pode ser apaziguado. Além disso, o movimento dos produtos locais e artesanais impulsionou a valorização de ingredientes que fazem parte da nossa cultura alimentar, incluindo aí a carne suína. “Os embutidos vêm das colônias e fazem muito parte da cultura do Sul”, avalia a sócia do Porcadeiro, Lai Pereira. 

Guia para #baconlovers: onde comer carne de porco em Curitiba

Precursor

Antes do movimento em Curitiba, a ideia vinha sendo testada – e aprovada – em São Paulo. Ali, o chef Jefferson Rueda inaugurou o bar A Casa do Porco, em 2015. “No início de 2017, estive na Casa do Porco e achei superbacana a coragem do chef de criar um restaurante exclusivo de carne de porco, com releituras e maneiras de apresentá-la que o cliente nunca tinha visto”, afirma o proprietário do Porks – Porco e Chope, José de Araújo Netto. Rueda, então, serviu como inspiração para vários outros chefs, que decidiram experimentar a versatilidade da carne suína, que pode ser apresentada em vários cortes ou passar por diferentes tipos de cocção, além de combinar com sabores doces ou salgados e harmonizar bem com bebidas.

Onde comer 

  1. CHŌSTREET FOOD

O bar serve comida oriental que utiliza a carne suína em pratos que vão do sushi ao tonkatsu (costeleta de porco empanada), passando por lámens, robatas, etc. Um dos carros-chefes é o bao (pão cozido no vapor), recheado com fatias de barriga de porco cozidas lentamente, conserva de rabanete, coleslaw, amendoim moído e molho de tamarindo (R$ 19).

Serviço: de terça a domingo, a partir das 17h30. No Shopping Hauer (esquina das ruas Comendador Araújo e Cel. Dulcídio), Batel.

Bao de barriga de porco – Kauana Bechtloff Divulgação

       2. VÓ MARIA DURSKI

O novo empreendimento de Junior Durski, criador do Madero, serve um único prato – e à base de carne suína. O lombinho à parmegiana (R$ 17,90) é uma receita de família: selado na farinha de pão, temperado e coberto com mussarela e molho de tomate e manjericão. O lombinho é acompanhado, ainda, por um dos três acompanhamentos: arroz branco, penne ou batatas fritas.

Serviço: de segunda-feira a sábado, das 11h às 22h; domingos e feriados, das 11h30 às 22h. Av. Cândido de Abreu, 127, Centro Cívico (Shopping Mueller). 489, Centro.

Lombinho à parmegiana – Divulgação

   3. PORKS – PORCO E CHOPE

Como o próprio nome já diz, são dois os astros: a carne de porco e as cervejas artesanais. “Dentro do universo cervejeiro, a carne suína sempre foi muito utilizada para fazer harmonizações”, justifica o proprietário José de Araújo Netto. O carro-chefe é a costelinha BBQ, porção de quatro a cinco costeletas de porco cortadas individualmente (para serem comidas com as mãos) ao molho barbecue com cerveja defumada (R$ 10).

Serviço: de terça a sexta-feira, das 17h à 0h; sábados e domingos, das 14h às 22h. R. Marechal Hermes, 1.092, Ahú.

Porks – Costelinha Barbecue – Jonas Bodruk

     4. PORCADEIRO

A casa é dos sócios da Salumeria Monte Bello, tradicional marca de embutidos artesanais feitos 100% à base de carne suína. O cardápio inclui sanduíches quentes e frios, porções e doces, mas o destaque vai para os almoços executivos (R$ 22), cujo cardápio é decidido semanalmente. “A ideia é poder trabalhar com ingredientes frescos e bons. E optar por produtos locais, que é o mais importante e tem a ver com a nossa proposta”, diz a chef Jéssica Lorena, que já serviu pierogi recheado com eisbein e curry de lombo defumado, entre outras opções.

Serviço: de segunda a sexta-feira, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 17h. R. Paula Gomes, 13, São Francisco.

Porcadeiro – Divulgação

       5. PURURUKA 

Inaugurado em abril, o restaurante conta com a experiência de um dos proprietários do Hot Bizi e suas carnes são fornecidas pelo tradicional frigorífico Bizinelli. O cardápio tem opções de entradas, pratos principais, hambúrgueres e sobremesas. O carro-chefe é a barriga de porco à pururuca, prato para duas pessoas que é servido com dois acompanhamentos à escolha do cliente (R$ 90).

Serviço: de segunda a sábado, das 18h às 23h. R. Brigadeiro Franco, 3.359, Água Verde.

Pururuka – divulgação

*Matéria originalmente publicada por Vivian Faria na edição 211 da revista TOPVIEW

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