ESTILO

Oito livros escritos por mulheres e sobre elas que você merece conhecer

Margaret Atwood, Bell Hooks, Fernanda Young e a vencedora do Nobel de 2018 estão entre as autoras para você ler!

O Dia Internacional da Mulher é uma boa oportunidade para procurarmos mulheres protagonistas nos mais diferentes aspectos da vida. Por sermos muitas, múltiplas e com diferentes potências decidimos celebrar as personagens da literatura que representam histórias que ecoam no mundo real.

Para isso, nós da TOPVIEW selecionamos 8 livros para você acrescentar na sua lista – e recomendar para outras pessoas – neste dia. Confira!

Posso pedir perdão, só não posso deixar de pecar, Fernanda Young

Pouco antes de morrer, em agosto de 2019, a escritora, roteirista, apresentadora e atriz Fernanda Young entregou à editora Leya Brasil o romance Posso pedir perdão, só não posso deixar de pecar. Escrito quando ela tinha 17 anos, é seu primeiro livro e traz a história de uma jovem que passa a ver o mundo de outra forma após menstruar.

A protagonista trata de sua revolta frente à religião da família e fala sobre seu desejo de ser uma mulher livre. A obra conta com colaborações de duas de seus quatro filhos: as gêmeas Cecília e Estela, que assinam, respectivamente, o prefácio e a ilustração da capa. 

(Foto: Divulgação)

Pequenas felicidades trans, Alice Pereira

O livro foi escrito com a naturalidade de uma mulher trans dando voz à sua própria narrativa. Desenhado com simplicidade, Pequenas Felicidades mostra as dificuldades e as belezas de se encontrar num corpo trans e parte do primeiro contato de Alice, ainda criança, com a palavra “transexual“.

Seu diário é usado como fio condutor da narrativa, com a ajuda do LGBT Nerd, um programa fictício em que o apresentador entrevista a autora sobre sua trajetória. Depois de Alice passar pelo processo de transição, a publicação se divide em duas partes, “Coisa que a gente escuta” e o apêndice, “Pequeno dicionário trans”, que esclarece termos como “cis” e “binder”, para os leitores leigos.

(Foto: Divulgação)

E eu não sou uma mulher?, Bell Hooks 

Quase 40 anos depois de sua primeira publicação, a editora Rosa dos Tempos relança o livro, um dos mais importantes de Bell Hooks, aclamada teórica e feminista negra norte-americana. Em 1951, Sojourner Trurh, mulher negra que havia sido escravizada e se tornou oradora após liberta, mostrou na Convenção Nacional de Direitos da Mulher como o ativismo das sufragistas e abolicionistas brancas e ricas excluíam mulheres negras e pobres. A partir do discurso, que ficou conhecido como “Ain’t I a Woman”, Hooks discute o racismo e o sexismo presentes no feminismo, desde o sufrágio até os anos 1970.

(Foto: Divulgação)

Maternidade, Sheila Heti 

Procriar ou não procriar é a questão central de Maternidade. O livro dá voz a um tipo de mulher que até agora foi pouco representada na ficção: a que decide não ter filhos. A história é um mergulho nas questões de uma escritora casada, beirando os 40 anos.

Movida pela senso comum de que “uma mulher precisa ter filhos porque precisa estar ocupada e há algo de ameaçador em uma mulher que não está ocupada com filhos”, a narradora embarca em uma complexa jornada de perguntas e respostas em busca de uma explicação racional para o seu desejo de não engravidar.  

(Foto: Divulgação)

Os Testamentos, Margaret Atwood

“Uma pergunta a respeito de O Conto da Aia que sempre retornava era: como foi a queda de Gilead? Os testamentos foi escrito para responder a essa pergunta”, escreve Margaret Atwood nos agradecimentos de seu novo livro. Lançado mais de 30 anos depois da publicação de O Conto de Aia, que ganhou popularidade nos últimos anos com a série de TV homônima, Testamentos se passa 15 anos após os acontecimentos do primeiro livro e traz três narradoras, entre elas tia Lydia, que ajuda a sustentar todas as perversidades da sociedade totalitária de Gilead, em que as mulheres são meras reprodutoras. 

(Foto: Divulgação)

Enfrentando o dragão – O Despertar do feminismo na China, Leta Hong Fincher 

Na véspera do Dia Internacional da Mulher em 2015, o governo chinês prendeu por 37 dias cinco ativistas feministas. O caso acabou tomando proporções mundiais e a hashtag #freethefive inundou as redes sociais. Escrito pela jornalista Leta Hong Fincher, o livro parte do episódio para mostrar como o movimento encabeçado pelas mulheres chinesas é um dos maiores obstáculos encontrados hoje pelo governo do país.

Por meio de entrevistas com as cinco feministas e outras ativistas importantes, a autora esclarece os desafios que elas encontram, traça o surgimento de uma nova consciência feminista e descreve como o regime comunista suprimiu a história de suas lutas e conquistas.

(Foto: Divulgação)

Tainãly: uma Menina Maraguá, de Lia Minápoty

Tainãly é uma menina Maraguá, povo indígena que vive no estado do Amazonas. Ela nos convida a criança a conhecer sua aldeia, brincar, ver bichos da floresta e aprender muitas palavras novas. A autora Lia Minapoty é uma brasileira, da tribo indígena maraguá (situada na Amazônia), é palestrante e atua na causa de reconhecimento da literatura indígena.

(Foto: Divulgação)

Sobre Os Ossos dos Mortos, Olga Tokarczuk

Protagonizado por Janina Dusheiko, uma excêntrica e solitária idosa cujo hobby é fazer mapas astrais e dar nomes peculiares para seus vizinhos, a história se desenrola a partir da decisão da narradora de denunciar a caça ilegal no condado em que mora. O livro aborda o especismo, ou seja, o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies por considerá-las inferiores.

A autora foi reconhecida por toda essa imaginação narrativa com o Nobel de Literatura de 2018, que só recebeu um ano depois, já que a premiação havia sido suspensa por conta de denúncias de assédio envolvendo um membro ligado à academia.

A literatura feita por mulheres tem um acervo criativo e gigantesco. Qual você acrescentaria nesta lista?

Deixe um comentário