ESTILO

O relógio não saiu de moda, foi a tecnologia que entrou

Wearables surgiram de forma tímida e, hoje, transformam a relação das pessoas com dispositivos eletrônicos

É cada vez mais comum encontrar com alguém, olhar em um dos pulsos da pessoa e perceber que há um relógio ou uma pulseira que não se parece em nada com os acessórios que sempre fizeram parte do vestuário de homens e mulheres ao longo dos anos. O que essas pessoas estão ostentando são computadores vestíveis (wearables, no termo em inglês). Eles surgiram de forma tímida, com poucos recursos e praticamente nenhuma utilidade, mas, com o passar dos anos, encontraram-se.

Hoje, alguns anos depois dos primeiros lançamentos, os wearables são verdadeiros trunfos para a prática de esportes. As fabricantes conseguiram direcionar os recursos dos dispositivos para esportistas, amadores e profissionais, que precisam monitorar seus desempenhos. Justamente por isso que um dos expoentes desse setor é a Fitbit, uma empresa fundada em 2007, em São Francisco, na Califórnia. Ao lado dela, outras gigantes, como a Apple e seu Apple Watch, disputam consumidores.

De acordo com a International Data Corporation (IDC), em 2020, o mercado de wearables tinha uma perspectiva de crescer em comparação ao ano de 2019, mesmo com a pandemia. A previsão, que só será confirmada em 2021, dá conta de 91 milhões de smartwatches e 68 milhões de outras pulseiras inteligentes vendidos. Além, é claro, dos fones de ouvido inteligentes – outra febre entre esportistas e não esportistas –, que devem somar 234 milhões de remessas no mundo todo.

Os números de vendas mostram que a primeira parte do processo já aconteceu: o consumidor está usando os aparelhos inteligentes. Falta a continuidade: o que será feito com os dados gerados por esses aparelhinhos ligados aos corpos de milhões de pessoas no mundo todo? A medicina está evoluindo cada vez mais e os médicos estão se tornando também mais digitais. E dessa combinação sairá a resposta a essa pergunta. Seremos capazes de utilizar as informações coletadas pelos wearables, em tempo real, para prever doenças, customizar tratamentos e aumentar a performance de nosso corpo. Isso, de certa forma, já é possível, mas não em larga escala. O objetivo é universalizar essa possibilidade.

Relógios e pulseiras não são apenas uma questão de moda, são, hoje, a forma como a tecnologia irá prover saúde e bem-estar no futuro.

*Coluna originalmente publicada na edição #244 da revista TOPVIEW.

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