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Marco Brotto: o empresário que já viu mais de 100 auroras boreais

Conheça Marco Brotto, o empresário curitibano que há quatro anos tem viajado o mundo atrás desse fenômeno natural

Explosões solares são eventos normais e ocorrem sem nenhum aviso. Quando há a liberação de massa coronal (grandes erupções de gás ionizado a alta temperatura, provenientes da coroa solar), e se ela estiver voltada para a terra, surge um fenômeno que conhecemos como aurora boreal. A olho nu, podemos ver luzes coloridas e brilhantes, geralmente avermelhadas e esverdeadas, tomando a forma de arcos homogêneos junto ao horizonte.

Pois existe um empresário curitibano que há quatro anos tem viajado o mundo atrás desse fenômeno natural. No total, Marco Brotto já presenciou mais de 100 auroras boreais desde 2011, quando começou essa aventura, por países como Estados Unidos, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia, Rússia e Canadá. Em fevereiro, o “caçador” parte para sua 13ª expedição, desta vez na Noruega.

Na entrevista a seguir, ele conta um pouco mais sobre esse fascinante hobby. Confira!

TOP VIEW – Como foi a primeira vez que você viu uma aurora boreal?
Marco Brotto – Foi em 2011, na Noruega [para onde voltará em fevereiro de 2015], no meio dos fiordes. Mas foi bem do nada. Como naquela época eu não conhecia muito sobre as auroras, contratei um guia para me orientar, mas ele cancelou por conta da neve. Eu mesmo aluguei um carro e comecei a caçar. No último dia, quando estava voltando de um tour para o hotel, consegui ver um pouquinho da aurora. Fazia -20°C. Fiquei com aquela imagem breve na cabeça e pensava comigo “não é possível, não pode ser só isso”. Às duas da manhã, sem conseguir dormir, voltei ao local e consegui vê-la. Fiquei em estado de êxtase. Chorei, me senti forte e também com medo. A força contida nesse fenômeno é tão grande, a explosão que ocorre no sol para chegar nesse ponto é uma coisa muito poderosa.

TV – Especificamente, o que te atrai nesse fenômeno?
MB – Primeiro, a beleza visual, e depois essa energia que envolve tudo. Acompanhei a primeira vez de muita gente com a aurora boreal. Ela foi presente de 18 anos de uma mãe para seu filho, uma viagem inesquecível para um senhor de 70 anos…  É uma experiência indescritível, não um presente material, mas para a vida.

TV ­– E qual foi a mais bonita?
MB – A próxima. Sempre a próxima.

TV – Como consegue presenciar tantas auroras? E qual a principal dificuldade?
MB – Geralmente as empresas me convidam para “guiar” pequenos grupos. Agora em fevereiro seremos 15 na Noruega. Antigamente eu não sabia nada sobre aurora boreal, achava que era simples, mas não basta apenas olhar para o céu. Você tem que pesquisar e estudar o local, identificar se tem fluxo de plasma, se os fatores contribuem para uma aurora forte. Você fica refém de uma série de fatores, por isso tem que ir bem disposto, sair da zona de conforto mesmo, se arriscar, enfrentar -46° C se for preciso. Eu sempre saio bem programado para uma expedição, o mais difícil mesmo é controlar a emoção das pessoas. Elas querem ver na hora, não têm paciência de esperar. Como é um fenômeno natural não tem como prever com certeza. Mas garanto que a adrenalina depois vale a pena.

TV – Você não é fotógrafo, mas tem um bom olhar sobre as imagens e consegue fazer registros ótimos das auroras. Houve alguma preparação?
MB – Que nada! Inclusive eu fico tão emocionado diante do fenômeno que muitas vezes esqueço algum detalhe importante da câmera, algum ajuste. Mas alguns amigos fotógrafos me disseram que eu tenho “olhar de fotógrafo”. As fotos já foram até expostas em São Paulo e logo devem chegar aqui em Curitiba.

TV – É mesmo? Em breve teremos uma exposição por aqui?
MB – Sim. Ainda não definimos quando nem onde, mas acontecerá.

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