O Emmy da COVID-19 e de Schitt’s Creek
A cerimônia de entrega dos Emmy Awards de 2020, realizada no último domingo em Los Angeles, foi atípica em vários sentidos. Por conta da pandemia de COVID-19, a festa, uma das mais concorridas na indústria do entretenimento mundial, aconteceu no gigantesco Staples Center, cuja plateia estava completamente vazia.
No palco, apenas se viam o apresentador Jimmy Kimmel e alguns poucos convidados, a maior parte deles indicados à premiação. Respeitando as medidas de distanciamento social, astros e estrelas como Jennifer Aniston (indicada por The Morning Show), Zendaya (melhor atriz dramática, por Euphoria) e Sterling K. Brown (que concorria por This Is Us), ficaram encarregados de anunciar os indicados e vencedores de várias categorias, mas não de todas. Algumas foram apresentadas por cidadãos comuns que desempenham atividades essenciais ao redor dos Estados Unidos: enfermeiros, carteiros, agricultores, entre outros.
A grande surpresa da noite, pelo menos para o público brasileiro, foi a série canadense Schitt’s Creek, que quebrou o recorde de estatuetas vencidas por um programa em categorias de comédia em um mesmo ano. Com sua sexta e última temporada, venceu nove prêmios: melhor série (comédia), direção (Dan Levy e Andrew Cividino), roteiro, ator (Eugene Levy), atriz (Catherine O’Hara), ator coadjuvante (Dan Levy), atriz coadjuvante (Annie Murphy), direção de elenco e figurinos.
A primeira hora da festa foi dominada por Schitt’s Creek e, no Brasil, por meio das redes sociais, os fãs de séries entravam em parafuso, ao mesmo tempo em que estavam surpresos e um pouco indignados, destilavam: “Como assim?”, “Que série é essa?”, “Como eu nunca ouvi falar?”. Sentiram-se traídos.
Exibida originalmente pela Canadian Broadcast Company (CBC), a produção, criada, escrita, dirigida e coestrelada pelo jovem Dan Levy, só ganhou popularidade nos vizinhos Estados Unidos em sua quinta temporada, quando entrou para o catálogo norte-americano da Netflix. Tornou-se favorita entre os críticos e objeto de cult de quem curte humor offbeat, que transita entre o irônico e o excêntrico, sem fazer concessões a piadas rasteiras e à comédia pastelão, discutindo temas como homofobia, racismo e fracasso.
Estrelada pelos veteranos Catherine O’Hara (de Fantasmas Se Divertem e a mãe de Esqueceram de Mim) e Eugene Levy (de American Pie), a série gira em torno da família Rose, proprietária de uma rede de videolocadoras, um negócio fadado ao desaparecimento, que perde tudo e vai morar em uma cidadezinha, Schitt’s Creek, que comprou nos tempos de fortuna. O filho do casal, David, é vivido por Dan Levy, filho do ator principal e, desde domingo, quando recebeu, só ele, quatro estatuetas, é um dos nomes mais disputados pela indústria do cinema e da televisão.
Como assistir
O canal de TV paga Comedy Central exibe Schitt’s Creek sempre aos domingos. Já quem prefere o formato on demand, tem três opções. A primeira é pelo NET Now, que dispõe as três primeiras temporadas; a segunda, com todas as temporadas já disponíveis, é por meio do Amazon Prime Video, com a contratação do serviço adicional Paramount+ (R$19,90) e a terceira é pelo UOL Play, cujos planos começam em R$15,90/mês.