Nomadismo digital: uma realidade
Sol, sombra, água fresca e um laptop sempre por perto é o combo perfeito de produtividade para quem está bem acostumado com expedientes à distância. Tratado por anos como tendência, esse tipo de trabalho sempre foi questionado pelos tradicionalistas, que colocavam em cheque a eficácia de cenários, digamos, mais livres. Em 2020, porém, a mudança do escritório para casa deixou claro que trabalhar remotamente é, sim, possível. O segredo é desenvolver uma boa administração do tempo – inclusive para momentos de wellness e ter foco, muito foco.
Tal flexibilidade, acelerada pela pandemia, é o que faltava para muita gente trocar residências fixas por bases temporárias e explorar novos países, culturas, experiências e estilos de vida.
As fronteiras fechadas seguem arruinando os planos de viagem, é claro, e até que toda essa confusão de coronavírus termine – provavelmente com a criação de um certificado internacional de vacinação – ainda teremos muitas limitações. Mas já há como se planejar para um work away seguro e bastante isolado em destinos paradisíacos como o México, que segue com passe livre para várias nacionalidades – inclusive a brasileira.
É desse país que escrevo este texto, às sete da manhã, sentada em um deck de frente para o mar caribenho, iluminado pelo sol que acaba de nascer. O ambiente convidativo, isolado, em meio à natureza, com pouquíssimas intervenções humanas e experiências holísticas incríveis (a meditação ao som de handpan e gongo é de outro mundo) é o do Palmaïa The House of AïA, hotel aberto em 2019, pouco antes do lockdown, que virou refúgio seguro de viajantes prudentes, que sabem que ficar longe do vírus. É fácil de se sentir em casa e parte da comunidade com ares hippies e luxo na medida. Wi-Fi potente é garantido por aqui, bem como a liberdade de se alimentar quando e onde quiser, sem custos adicionais. A vontade é de permanecer por tempo indeterminado. Será?
*Coluna originalmente publicada na edição #248 da revista TOPVIEW.