Menu do dia: insetos! :O
Uma massa com molho de ragú de larvas. Depois, uma salada picante de feijões e mariposas e, para arrematar, um cafezinho com biscoitos de grilo e chocolate. Já pensou ir jantar na casa dos amigos e dar de cara com um cardápio desses? Pois é esse menu que os convidados de Luigi Ruggeri, criador de insetos na Emilia-Romanha, Itália, costumam encontrar quando aparecem por lá. E, segundo Ruggeri, as pessoas adoram: “Comem e até pedem bis!”, garante. Eles não estão sozinhos. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o planeta já inseriram definitivamente os insetos no cardápio, principalmente em países asiáticos. Na Itália, ainda não é permitido servir a iguaria em restaurantes, mas o mercado já se movimenta nesse sentido e alguns chefs já fazem experiências privadas. No primeiro semestre deste ano, Ruggeri apresentou o trabalho de sua empresa, a Microvita, com a palestra “Insetos úteis. Também à mesa?”, no Fico Eataly World, considerado o maior parque de alimentação do mundo. O jovem Matteo Girardi é um desses profissionais. Há três anos, ele pesquisa sobre entomofagia (uso de insetos para consumo humano) e testa receitas em jantares privados no restaurante da família, a Birreria Hakuna Matata, em Cerea, no Vêneto.
Porém, quando anunciou a ideia, as primeiras reações não foram muito positivas, sobretudo, na internet: “Massacraram-me nas redes sociais. Já aqueles que vieram aqui e provaram os pratos, que era o que me interessava, gostaram muito”, compara. Em suas degustações fechadas, Girardi prepara massas como o fusilli de farinha de besouros desidratados com molho de tomate-cereja fresco. É um prato delicado e o sabor se assemelha muito àquele de uma massa integral. O fusilli utilizado por Girardi custa € 4,90 (200 g) no site 21 Bites, uma loja online que comercializa produtos à base de insetos comestíveis para toda a Europa. Lorenzo Pezzato, proprietário do negócio, admite que o custo ainda é alto, se comparado às massas tradicionais, mas é otimista: “No mercado italiano, 1 kg de massa convencional sai por € 0,95. Sei que é uma diferença grande. Mas isso acontece porque o processo de produção da farinha de insetos não é automatizado e o volume de vendas ainda é baixo.
Creio que, com o tempo, a procura será maior e esse quadro tende a melhorar”, prevê. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a venda de alimentos à base de insetos para consumo humano. Há dois anos, a Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, tentou realizar o 1º Festival Gastronômico de Insetos Comestíveis, mas o evento foi vetado pela agência. De qualquer forma, especialistas no assunto acreditam que, em curto prazo, a entomofagia deverá se difundir por todo o mundo, inclusive no Ocidente. Parece que os jantares na casa de Luigi Ruggeri, da Emilia-Romanha, ganharão mais convidados…
Serviço
Birreria Hakuna Matata (Matteo Girardi) Via Giuseppe Garibaldi, 16, Cerea Vêneto – Itália hakunamatatabrewery.jimdo.com
Microvita (Luigi Ruggeri) Via Ghiarino, 6, Crespellano di Valsamoggia Emilia-Romanha (BO) – Itália microvitaruggeri.it
21 Bites (Lorenzo Pezzato) 21bites.com
*Matéria originalmente publicada por Roberta Gonçalves na edição 217 da revista TOPVIEW.
1 comentário em “Menu do dia: insetos! :O”
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Iso foi em 2009 há dez anos atrás e não foi vetado nada, acabei de Falar com o Professor Eraldo Medeiros (Referência MUNDIAL quando o assunto é BUG’S FOOD, Doutor e Pesquisador do tema e fera no assunto ) que me informou o seguinte: Ele tentou junto a anvisa essa autorização (que na minha opinião não seria o orgão para tal), a ANVISA por sua vez disse que não era competência dela, e o mandou pro IBAMA que o mandou pro MAPA que também disse que não era com eles. O correto é apresentar a prefeitura do município onde ocorrerá e orgãos de vigilância sanitária local. Aqui em São Paulo COVISA. Eu mesmo já fiz alguns, uma vez fui ao RECIFE eu e um criador grande de lá com o projeto nomade dos mares e fizemos essa experiência um dia inteiro no marco zero e a vigilância sanitária ficou o tempo todo com a viatura do nosso lado e até comeu. Aqui em São Paulo já participei de pelo menos 5 e um enorme lá no BOM RETIRO num festival de comida de rua com VÁRIOS AGENTES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA COMENDO, A Dra Roseane Panini e o prof Pedro Lagerblad da UFRJ fizeram degustações no espaço ciência viva, no Rio, e em Florianópolis já se apresentou em pelo menos quatro eventos de rua sem qualquer interferência ou foram vetados. E UMA INFORMAÇÃO IMPORTANTE: PRIMEIRO se não há lei que puna ou regulameta, não há crime. MAS reforço que estamos amparados na lei, desde que sigamos as boas práticas de criação e alimentares principalmente a de manipulação de alimentos; ISSO para o mercado artesanal (Bares, restaurantes e festivais), para colocar na INDUSTRIA, qualquer um pode entrar com petição na anvisa de NOVO ALIMENTO CODIGO 404. Mas até agora ninguém fez porque é caro e toda a produção já é consumida pelo PEET FOOD. A uma média de R$ 200,00 o quilo – Para finalizar, esse ano teremos o PRIMEIRO CONGRESSO SOBRE INSETOS PARA ALIMENTAÇÃO HUMANA E ANIMAL na UFMG – CAMPOS MONTES CLAROS de 06 a 08 de Novembro de 2019 e temos até uma associação a ASBRACI (Associação Brasileira dos Criadores de Insetos). BUG’S ABRAÇOS AMBIENTAIS e de PAZ. Professor Casé Oliveira Biólogo Bug’s Cook e Graduando PÓS em Gastronomia e Cozinha autoral pela PUC/RS. informações sobre o congresso: congresso2019@insetosalimenticios.com.br
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