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Das corridas extremas à literatura: conheça o super curitibano Marcelo Alves

O empresário e esportista se aventura também no mundo dos livros e acaba de lançar um novo projeto que promete encantar e informar o público infantil

Ex-executivo, casado e pai de uma menina de 11 anos, Marcelo Alves hoje é administrador da empresa Overstress, que implanta programas de qualidade de vida corporativa. Mas não foi isso que o tornou referência nacional e internacional. Há cinco anos, quando tinha 37, ele decidiu começar uma nova e inusitada prática esportiva: as maratonas extremas.

De lá para cá, acumulou muitas histórias para contar e se aventurou novamente, desta vez, na literatura. Seu segundo livro, “8 cantos do mundo” acaba de ser lançado e foi escrito em parceria com outros sete autores – Lia Bittencourt, Patric Berjeaut, José Vicente, Maria Daldon, Ana Cristina de Aguiar, Jean Sigel e Eloi Zanetti – em uma promoção do Ministério da Cultura.

Trata-se de uma coletânea com oito livros infantis e ilustrados sobre aventura e a cultura de diferentes lugares. Bem diferente do seu primeiro livro, ‘Extremos – A Trajetória Do Primeiro Brasileiro A Correr Nos Dois Polos‘, que conta sobre a trajetória dele, e como o espírito de aventura, determinação e obstinação, conseguiram fazer com que Marcelo realizasse o antigo sonho de conhecer a Antártica correndo. Por e-mail, conversamos com Marcelo sobre esporte, literatura e os desafios de unir um ao outro.

Você se tornou maratonista aos 37 anos. De onde surgiu essa vontade?

A corrida surgiu na minha vida como uma ótima opção de qualidade de vida. Como eu tinha uma vida bem estressante e com muitas viagens, escolhi a corrida por ser um esporte fácil de ser praticado. Com um tênis e um calção conseguia treinar em qualquer lugar!

Por que escolheu as maratonas extremas?

Elas surgiram por acaso. Eu sempre tive um sonho de conhecer a Antártica e uma das maneiras de chegar dentro do continente era correndo a Ice Marathon – maratona da Antártica.

Como sua família lidou com a sua decisão de fazer a primeira maratona extrema?

No início, elas não deram muita bola, pensaram que era uma ideia boba, mas durante o processo de treinamento [que durou dois anos] elas viram que o negócio era sério! Deram o maior apoio.

Em 2015, você lançou seu primeiro livro, “Extremos – a trajetória do primeiro brasileiro a correr nos dois polos”. Em que momento você decidiu ir também para a literatura? Em qual contexto?

No Brasil não temos muitas notícias sobre os polos do planeta (Antártica e Polo Norte) e muitos amigos e atletas que souberam das minhas aventuras tinham muita curiosidade. Na fase de treinamento eu fiz um diário, para que eu não esquecesse os detalhes da preparação, alimentação, equipamentos… Foi daí que surgiu a ideia do livro, compartilhar minhas aventuras nestes lugares incríveis!

No que se assemelham as suas três atividades (admistrador, maratonista e escritor)?

Acredito que há muitas semelhanças, a visão analítica, para conseguir visualizar o projeto como um todo. A disciplina com certeza é fundamental, motivação… Sem disciplina não chego a lugar algum.

E como consegue conciliar as três?

Não é fácil, mas com um bom planejamento sempre dá certo. Adoro dormir, mas três vezes por semana saio de casa às 6h30 para treinar.

Qual foi o maior desafio ao escrever um livro?

O desconhecido. Eu não entendia absolutamente nada sobre o mercado editorial. Foi um grande aprendizado e hoje entendo muito bem a dificuldade de se investir em cultura no Brasil!

Agora você está lançando o “8 cantos do mundo”, direcionado a um público muito específico. De onde surgiu a ideia?

Após o lançamento do “Extremos” fiquei muito surpreso com o sucesso do livro para o público infanto-juvenil. Por meio das redes sociais eu recebia muitas mensagens com muitas dúvidas e curiosidades. E como tenho uma filha de 11 anos, decidi contar minhas aventuras para eles também.

Quais as diferenças entre escrever para os adultos e para as crianças? Qual foi mais difícil?

Com certeza para o público infantil. Tive que ter mais atenção em alguns detalhes, porque a coleção “8 cantos do mundo” existe com o objetivo de mostrar um outro mundo, esses lugares extremos por onde já passei. Nos livros, falamos de curiosidades, costumes, cultura e diversos aspectos interessantes destes oito cantos do mundo (sete continentes mais o Polo Norte).

O que você espera passar para os pequenos com a obra?

Por meio das histórias eles vão conhecer alguns dos lugares mais maravilhosos do planeta. Durante as aventuras os leitores vão encarar alguns desafios que mostrarão a importância de se ter disciplina durante o treinamento, de ter uma boa organização (planejamento), de uma boa alimentação, inclusão social e, principalmente, a importância da atividade física. Mas todos esses pontos são abordados de maneira natural, sem a intenção de passar fórmulas disfarçadas de lição de moral.

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