Lolô Cornelsen | 100 anos – Carisma e Talento
Considerado um dos mais relevantes modernistas brasileiros, o arquiteto Ayrton João Cornelsen faria 100 anos em 2022. Lolô, como ficou conhecido nacional e internacionalmente, foi responsável por pavimentar mais de 400 quilômetros de rodovias que conectam o Paraná enquanto diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do estado no fim dos anos 1950 e início da década de 1960. Engenheiro nascido em 1922, ele também deixou seu nome marcado na história com a construção da Estrada da Graciosa e da Rodovia do Café, além do ferry-boat de Guaratuba.
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O apelido de “Homem Asfalto” não surgiu à toa e projetou seu nome nacionalmente. Ele foi escolhido pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek para propagar a arquitetura nacional pelo mundo.
E seu talento não ficou restrito ao estado de origem. O curitibano conseguiu exportar suas ideias para a Europa, África, América do Norte e do Sul, onde foram erguidas dezenas de projetos, como hospitais, clubes, campos de golfe, casas e hotéis.
Aqui no Brasil, ainda conseguiu pensar em obras igualmente grandiosas, como os autódromos de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, de Curitiba (em Pinhais), de Estoril, em Portugal, e de Luanda, na Angola. Muito próximo do esporte, ajudou a estruturar a Vila Olímpica do Paraná Clube e o Estádio Couto Pereira. Foi, inclusive, jogador de futebol antes de mergulhar nos projetos arquitetônicos e atuou no Coritiba e no Athletico Paranaense – hoje com “h” –, seu time do coração.
Ainda, o primeiro condomínio fechado com casas da capital paranaense foi desenvolvido por Lolô, que exalava autenticidade e, vez ou outra, impactava os menos acostumados com seus palavrões contundentes.
Carismático e com um bom humor singular, Cornelsen faleceu aos 97 anos, em Curitiba. No dia 7 de julho do ano de seu centenário, amigos, familiares e personalidades se reuniram no Museu Oscar Niemeyer para conversarem, relembrarem seus feitos e fazerem o pré-lançamento do livro Lolô Cornelsen – Vida e Obra, que será lançado ainda neste ano.
Nesta matéria especial, o presidente do Grupo Ric, Leonardo Petrelli, os arquitetos Guilherme de Macedo e Marcos Bertoldi, a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, e o empresário Patrik Cornelsen falam sobre a relação e a importância desse gênio paranaense.
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Homenagem a um símbolo | Leonardo Petrelli
Celebração no MON | Juliana Vosnika
Um herói chamado Lolô | Patrik Cornelsen
Modernista há 100 anos | Marcos Bertoldi
*Matéria originalmente publicada na edição #264 da revista TOPVIEW.