iPhone 12: um salto tecnológico, mas sem fone e carregador
A Apple finalmente revelou a nova geração de iPhones. Após atraso provocado pela pandemia, que tumultuou as cadeias de fornecimento em todo o mundo, a empresa de Cupertino apresentou aos fãs o iPhone 12. Não apenas um, mas quatro versões do aparelho que chegarão ao mercado norte-americano a partir da segunda quinzena de outubro.
Entre as novidades, um processador muito mais potente do que o anterior, compatibilidade com a rede 5G, telas ainda mais resistentes e câmeras com recursos de inteligência artificial e fotografia computacional para fotos incríveis.
Ainda sem data para chegar ao Brasil, os aparelhos iniciam as vendas custando US$ 699, no caso do iPhone 12 Mini, e alcançam US$ 1099, no caso do iPhone 12 Pro Max. Por aqui, os brasileiros devem esperar preços pouco atraentes, especialmente por causa do câmbio.
Nanotecnologia no chip
Um dos pontos altos da apresentação, sem dúvida alguma, foi a demonstração do A14 Bionic, o chip de processamento que faz com que o iPhone consiga rodar aplicações complexas, como jogos e editores de fotos e vídeos em alta resolução. Pode até ser que você não faça questão de saber sobre o processador que está dentro do seu smartphone. Sem problemas. Eu digo que essa pequena peça é o cérebro responsável pelo seu celular.
E o A14 Bionic é encarado pelos especialistas como um dos melhores chips de processamento atualmente. Ele é fabricado com nanotecnologia, que permitiu a redução do tamanho dos transistores e consequentemente aumentou o número de transistores na placa. São bilhões desses “neurônios” pensando para te ajudar a tirar fotos incríveis, por exemplo.
5G
A conectividade é uma história a parte. Durante o lançamento a compatibilidade com os 5G foi bastante ressaltada, inclusive porque um dos serviços que a Apple quer estimular é o de streaming de jogos, que depende de conexão rápida. Mas em alguns mercados, como o brasileiro, os consumidores não terão ainda a possibilidade de experimentar a internet de alta velocidade. Isso porque ainda estamos vivendo entraves políticos e técnicos a respeito dos leilões das frequências do 5G e o desfecho dessa história deverá demorar.
De todo modo, a Apple está atenta ao caminhar do mercado. Em vários países o 5G já começa a se materializar e a empresa sabe que a experiência com vídeos e jogos vai melhorar sensivelmente com uso das redes de quinta geração.
Cadê o carregador?
Era um rumor. Agora é um fato bastante incômodo para os consumidores da Apple: os novos iPhones não serão comercializados junto do carregador e do fone de ouvido. Esses dois itens serão comprados separadamente. De acordo com a empresa, a medida tem como objetivo a redução das emissões de carbono e também a mineração de metais pesados utilizados na fabricação do carregador. Segundo a Apple, mais de dois bilhões de carregadores já foram vendidos no mundo todo.
Evidentemente que há redução do impacto ambiental, mas há também um estímulo para o consumo de acessórios. Os clientes vão continuar comprando os carregadores e até mesmo os fones de ouvido. Primeiro porque não há compatibilidade dos acessórios de terceiros com os produtos da Apple. Em segundo lugar, porque há um risco importante de dano ao utilizar um carregador pirata. E, terceiro, quase ninguém tem carregadores com vida útil mais longa do que a do aparelho. A torcida agora é para que a concorrência não se inspire na Apple e decida vender os acessórios separadamente.
Para onde vamos?
Colocando tudo o que foi anunciado na balança, o saldo é bastante positivo e nos ajuda a entender o compasso do mercado. A Apple está atenta (obviamente!) ao comportamento do consumidor e sabe que para o próximo ano a tendência é de aumento do fornecimento do 5G em todo o mundo e, por consequência, consumo ainda maior de conteúdos (jogos e vídeos) por streaming. Logo, telas reformuladas, mais conforto com tamanhos diferentes de aparelhos e compatibilidade com a quinta geração da rede móvel mostram onde estaremos em 2021. Sobre o carregador e o fone, cenário parecido: a tendência é cada vez mais estimular o consumo em segmentos distintos, como a venda de aparelhos, de serviços por assinatura e também de acessórios.