ESTILO

Intérprete multifacetada: por dentro do primeiro álbum de Iria Braga

Cantora Iria Braga lança seu primeiro álbum solo com um apanhado de canções afetivas que fizeram parte de sua vida e carreira

QUEM?
Iria Braga (vocais e produção)

QUANDO?
Curitiba, 1997

COMO?
Dezesseis anos depois de sua estreia oficial como cantora, Iria Braga lança, enfim, seu primeiro álbum solo. “Demorou, mas saiu. Acho que tudo tem a sua devida hora. Ainda mais porque este era um projeto independente e eu não sou uma pessoa que se seduz em fazer uma coisa de qualquer jeito”, justifica. Ela acabou dando o próprio nome ao álbum, deixando explícita a sua personalidade. “Quis apenas fazer um disco feliz, alegre, contente. E que, sobretudo, representasse um pouco de mim em todo este tempo de carreira.”

POR QUÊ?
Buscar a unidade por meio da pluralidade é o principal objetivo de Iria com este disco. Ela defende com veemência a sua veia de intérprete e gosta de passear entre vários estilos: tem rock, baião, samba, jazz, erudito e até música de domínio popular. “É um apanhado afetivo de tudo o que eu já fiz. Escolhi canções que foram ficando de alguma forma na minha vida, que vêm me seguindo.” Ela também busca alcançar a unidade por meio da instrumentação. Por isso os arranjos têm uma banda fixa de acompanhamento e, segundo a própria artista, uma sonoridade de jazz, “mas não aquele tradicional americano, mas um jazz de sotaque bem brasileiro.” E acrescenta: “Gosto de subverter o ritmo, experimentar novidades, ampliar as possibilidades e dar novos significados. Por isso tem até uma faixa sem letra, apenas com a colocação da minha voz como se ela fosse um instrumento.”

HEIN?
Entre as faixas que ilustram a proposta estão um belo samba-canção de Cartola (Peito Vazio, tecido somente através de sons de efeitos de guitarra), uma Carmen de Bizet bem mais emocional e jazzística (Habanera, bastante modificada na versão feita para este disco) e uma “improvável” parceria entre Arrigo Baranbé e Paulinho da Viola (Crotalus Terrificus, unindo a inspiração original dos quadrinhos às quebradeiras jazzísticas). “Chamo estas três faixas de ´Santíssima Trindade’ deste álbum”, brinca Iria. “Quis seguir nestas canções a ideia de desconstruir o conceito original e reconstruí-las de outra maneira.”

ONDE?
No endereço iriabraga.com é possível fazer o download gratuito ou a encomenda da versão física do álbum.