Automóveis high tech e seguros
Ao longo dos seus 135 anos de história, os automóveis evoluíram de várias maneiras. O primeiro automóvel movido à combustão interna foi patenteado em 1886, pelo engenheiro alemão Carl Benz, e, em 1888, sua esposa Bertha, fez a primeira viagem de longa distancia no mundo – 100 km. Com essa experiência, ela sugeriu ao Benz a primeira evolução automobilística, a inclusão da terceira marcha no seu câmbio. Ainda em 1888, surgiu o primeiro automóvel movido à bateria – o Flocken Elektrowagen – e, quando falamos em veículos híbridos (combustíveis fósseis
e eletricidade), pensamos que a ideia é recente, mas já em 1901, Ferdinand Porsche apresentou o primeiro carro híbrido ao mundo – no Salão do Automóvel de Paris. Nessa evolução, tivemos participações importantes do Brasil, deixando marcas na indústria automobilística por meio do inovador Gurgel com o Itaipu, primeiro automóvel elétrico da América Latina, criado em 1974, e, em 1979, com o primeiro carro movido a etanol do mundo – Ford 147, apelidado de “cachacinha”.
Quando falamos em tecnologia, também pensamos que é algo recente, mas ela está incorporada aos veículos desde a sua criação (e em sua essência). Podemos arriscar a dizer que a tecnologia e a inovação fizeram parte de todo o processo de evolução do setor. Houve marcos importantes no processo produtivo, por meio do fordismo, tornando os automóveis mais acessíveis e populares, mas, também, em outros aspectos, por exemplo, com o intuito de entreter, por meio da música, quando um casal de amigos teve a ideia de ouvir rádio no interior de seus veículos às margens do Rio Mississipi, na cidade de Quincy, no Estado de Illinois. Trata-se do uso do rádio em automóveis. O ano era 1929 e, de forma caseira, foi-se tentando adaptar, por meio de tentativas e erros, o rádio residencial para o uso em veículos. No entanto, somente quatro anos depois dessa ideia surgir, que o rádio tornou-se um item de fábrica, mais viável, lançado pela Ford, em 1933. Aliás, foi a partir daí que a Motorola surgiu e teve sua marca registrada, em 1947.
Pensando em segurança, o primeiro modelo de cinto foi patenteado em 1895 – e somente em 1971 a Ford começou a testar os primeiros modelos de airbags. Atualmente, eles passaram a ser itens indispensáveis nos automóveis americanos, europeus e cada vez mais populares aqui no Brasil.
“(…) faz-se necessária, no século XXI, a utilização em massa de veículos híbridos movidos à eletricidade.”
Entendo que faz-se necessária, no século XXI, a utilização em massa de veículos híbridos. Aos poucos seu uso está se tornando mais frequente. Em 2014, a Toyota apresentou o Mirai, movido 100% a hidrogênio e células de combustível, liberando apenas vapor d’água, o que reduz em muito a poluição causada pelo gás carbônico. Isso evidencia, na prática, que podemos evoluir, impactando o mínimo possível o meio ambiente.
Ainda no tema segurança, percebemos o quanto a tecnologia tem contribuído para a evolução da indústria automobilística. Há alguns exemplos importantes para citar: os carros autônomos, com o Google como precursor, o park assist – sistema de assistência para estacionar –, inventado pela VW na década de 2000, o front assist, que utiliza câmeras e o sistema de frenagem, combinando cálculo de distância e velocidade, para a prevenção de impactos frontais, o bluetooth, a impressão 3D e as peças inteligentes para tornar os automóveis mais viáveis financeiramente e automatizados – e, por consequência, cada vez mais seguros.
Por último, mas não menos importante, sabemos que a indústria automobilística é um dos principais alvos dos ataques cibernéticos. Em média, cada automóvel está equipado com 50 microprocessadores – modelos populares, conectados ao mundo exterior e tudo produzido com tecnologia digital. Dar a devida segurança à cadeia produtiva e ao usuário final, tem sido uma premissa dos fabricantes e, nesse tema, a Tenable – fabricante de softwares para a segurança de dispositivos – tem se destacado no mercado.
*Coluna originalmente publicada na edição 247 da revista TOPVIEW.