A vida no metaverso: tudo o que você precisa saber
Metaverso para lá, metaverso pra cá. A palavra “ME-TA-VER-SO” vem da junção do prefixo grego “meta”, que significa “além”, com o substantivo “universo”. Ao pé da letra, “metaverso” significa “além do universo”. De fato, o termo surgiu para simbolizar um mundo totalmente novo e diferente, só que com o uso da tecnologia, formando, portanto, uma realidade virtual. Agora, ele já chegou e impactou os usuários e o mercado – mas não é nada de outro planeta.
Enquanto algumas pessoas ainda tentam manter uma conexão de qualidade com a internet – um relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT) publicado em dezembro de 2021 apontou que 2,9 bilhões de pessoas (37% da população mundial) não se conectam à internet –, outras não só entendem da nova realidade como já têm lançado produtos e ações comerciais dentro do metaverso. Para explicar essa dualidade, o publicitário e estrategista de conteúdo digital Luke Zanchi revela que aquilo que foi apresentado ao público como metaverso, na verdade, ainda está bem longe de ser uma realidade.
“Quando a gente diz que não existe esse mundo, é porque aquela apresentação que nos foi feita pela Meta, do [Mark] Zuckerberg, é ficção científica e as experiências atuais não são tão lindas daquele jeito. Hoje, o que você tem é muito confuso. Ainda é um universo em descoberta e nós estamos avançando e tateando esse cenário, vendo como nos encaixamos nele”, comenta Luke.
Mas, se aquele ambiente de ficção não é real, para onde as marcas estão indo? Segundo o CEO da Agência Casa, pioneira na produção de vídeos em realidade virtual e ações de realidade aumentada, Fábio Costa, é possível entrar no metaverso por meio de jogos ou plataformas já consolidadas no mercado. “No caso de games, temos exemplos como Roblox, Decentreland, Sandbox, Fortnite, entre outros. Temos também grandes players que têm a sua própria plataforma de metaverso, como é o caso da Meta, que tem o Horizon Worlds, e da Microsoft, com o Altspace VR”, lista. Já na opinião de Zanchi, o melhor exemplo para ser explorado é o dos games, pois, segundo ele, estas estão um pouco longe do que seria o ideal para o metaverso.
Ações comerciais
Principalmente por meio dos jogos, o metaverso mostra-se lucrativo e facilmente utilizável. Pensando nisso, marcas investem em ações dentro de games específicos para fazer contato com o público também no mundo virtual.
Por isso, além de shows exclusivos de artistas famosos em jogos, como o de Travis Scott no Fortnite, marcas fortalecem seu nome e vendem produtos e até mesmo serviços. “A Brahma lançou uma cerveja primeiro no metaverso, depois no mundo físico. O iFood também fez uma ação: no jogo GTA, existe uma famosa lanchonete. O app tornou possível a possibilidade de pedir lanches lá no jogo e receber um sanduíche na sua casa. É o real e o virtual se mesclando”, destaca Luke. Para quem não entende a ideia de ter terrenos no metaverso, basta imaginar e comparar com as necessidades das pessoas no mundo físico. No ambiente virtual, os avatares também precisam de uma casa, de um carro, de roupas – e assim por diante.
“Eu sei que algumas pessoas não entendem por que gastar em algo que não é palpável no mundo físico, mas isso tem a ver com a nossa identidade virtual, a possibilidade de ter coisas virtuais que não poderíamos ter na vida real”, conclui o publicitário.
Dessa forma, as marcas têm aderido à novidade e, para entendê-la e consumi-la, basta apostar na experiência e aproveitar.
Nem só de criptomoedas vive o metaverso
“O mercado de criptomoedas no metaverso está em desenvolvimento. Tem dias que a cripto está mais em alta e, em outros, em baixa. Por isso, as transações em dinheiro real são mais seguras”, opina Luke. Para o especialista, no futuro, as criptomoedas terão um papel importante nesse “planeta”. No entanto, ele também acredita que essa transação ainda não é uma prática tão comum dentro dessa realidade virtual.
Atualmente, as compras são feitas, em sua maioria, por transações de dinheiro real ou pelas moedas digitais específicas de cada jogo – que são adquiridas, também, com dinheiro real.
O QUE É NFT?
NFT é uma espécie de certificado digital que define originalidade e exclusividade em bens digitais. A sigla significa “token não fungível”, em tradução livre.
O que é criptomoeda?
Criptomoeda é um tipo de dinheiro totalmente digital que não depende de bancos para confirmar as transações. Em vez do dinheiro físico que é transportado e trocado no mundo real, os pagamentos são como entradas digitais em um banco de dados online que descreve as transações específicas.
Conheça 3 criptomedas
Bitcoin
Ethereum
Tether
*Matéria originalmente publicada na edição #263 da revista TOPVIEW.