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Indicado ao Oscar, Minari oferece um sensível olhar sobre a imigração

Explorando paisagens rurais, filme estadunidense de origem coreana tem fotografia impressionante

O cinema tornou-se, desde o seu surgimento, no fim de século 19, uma janela para o mundo. Por conta da possibilidade de aliar som e imagem em movimento, o audiovisual, seja em longas-metragens de ficção ou documentários, séries ou telenovelas, nos permitem conhecer o que está para além do nosso horizonte. Outras paisagens e culturas, muitas delas distantes, fora do nosso alcance, mas também outras subjetividades, algumas delas até próximas geograficamente, mas que desconhecemos. É espetacular essa possibilidade de compreender o outro, o enxergando e ouvindo mais de perto.

Entre os filmes mais que vem colecionando prêmios nesta temporada, um dos mais sensíveis é Minari, do diretor norte-americano de origem coreana Lee Isaac Chung. Na disputa do Oscar em seis categorias, incluindo melhor filme e direção, o longa se passa na década de 1980. David (Alan S. Kim) é um garoto coreano-americano de 7 anos, filho de imigrantes, que vê sua vida mudar radicalmente quando a família – pai, mãe e uma irmã adolescente – se muda da multicultural Califórnia para a zona rural do estado de Arkansas, no Meio-Oeste dos Estados Unidos.

Minari encanta ao trazer a experiência da imigração através dos olhos de uma criança que se vê dividida em dois mundos”.

Lá, os Kim começam a trabalhar numa granja, mas o pai, Jacob (Steven Yeun, indicado a melhor ator) pretende fazer dinheiro cultivando produtos agrícolas para abastecer restaurantes coreanos nas cidades maiores da região. O estranhamento é imenso com a vida provinciana e menos familiarizada com estrangeiros e David se sente com um peixe fora d’água. O menino só começa a se adaptar com a chegada da Coreia do Sul de sua vó (Yuh Jung Youn, nominada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante), uma senhora excêntrica que adora luta-livre, mas extremamente carinhosa, que o ajuda a perceber a riqueza da experiência que estão vivendo.

Com um lindo trabalho de fotografia impressionista, que explora as cores e transformações das paisagens rurais ao longo das estações, Minari encanta ao trazer a experiência da imigração através dos olhos de uma criança que se vê dividida em dois mundos.

Assista ao trailer:

*Coluna originalmente publicada na edição #248 da revista TOPVIEW.

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