ESTILO INOVAçãO & TECNOLOGIA

Impressão de alimentos: o futuro que já chegou

Iniciativas públicas e privadas já estão desenvolvendo a impressão de alimentos em 3D

A história das impressoras começa no final da década de 1930, com a invenção de um aparelho que reproduzia imagens e textos, a fotocopiadora. Mas foi somente anos mais tarde, já na década de 1980, que surgiram as modernas impressoras a laser, absolutamente populares — embora já ultrapassadas diante da possibilidade de digitalização de documentos, que tem diminuído os arquivos físicos.

Nessa mesma época, em meados dos anos 1980, uma outra impressora começou a engatinhar, um aparelho que utiliza uma tecnologia inovadora e reproduz objetos físicos a partir de modelos digitais criados em computador. As impressoras 3D se tornaram tão relevantes, em especial para os processos de prototipagem nas indústrias, que, desde a invenção até hoje, não param de evoluir.

Esse desenvolvimento tecnológico constante levou essas máquinas para outros setores, como a construção civil, a medicina e até mesmo a indústria de alimentos. Pois é! A impressão de alimentos em 3D é um dos movimentos mais recentes e tem como objetivo aumentar a produção e garantir a quantidade dos alimentos. Ainda, pretende atender a uma demanda crescente da população: o bem-estar animal.

Essas impressoras já existem comercialmente, mas são usadas principalmente por chefs de cozinha e pela indústria alimentícia, como é o caso da rede de fast-food KFC, que lançou um projeto para a impressão de nuggets a partir de células de frango cultivadas em laboratório. Iniciativas como a do KFC já estão em estágio avançado no Japão, em Cingapura (camarão) e em Israel (carne bovina).

Vale ressaltar que as bioimpressoras 3D dependem de matéria-prima, como as células de frango cultivadas em laboratório, para imprimir o alimento. Assim como as impressoras tradicionais dependem de tinta, as bioimpressoras precisam receber a matéria-prima para que o alimento tenha aparência, textura e gosto semelhantes ao produzido pelos métodos convencionais.

Por enquanto, será difícil levar uma dessas máquinas para casa e começar a imprimir o próprio filé a partir de células cultivadas em laboratório. Mas já há iniciativas com esse objetivo, como
a da startup Cakewalk3D, que pretende vender as impressoras em kits que podem ser utilizados em casa, de forma doméstica. Outro desafio é a produção de ingredientes para a impressão dos alimentos, algo que também vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo.

Em breve, em vez de ir ao mercado, que tal imprimir os alimentos em casa?

Isso poderá ser tão rápido quanto imprimir um documento em uma folha de papel A4.

*Coluna originalmente publicada na edição #253 da revista TOPVIEW.

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