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Atenção, wine lover! Temos o guia completo para você desfrutar o vinho natural

As origens e os desafios para se produzir e se consumir o vinho que é assunto do momento entre apreciadores

Apesar de ser o assunto do momento entre apreciadores, o vinho natural ainda gera controvérsia. Muitos especialistas questionam se é realmente possível e comercialmente interessante elaborar um vinho puro. Simplificando ao máximo, o vinho natural é o suco da uva de vinhas cultivadas de forma orgânica, fermentado naturalmente apenas com leveduras nativas e elaborado com mínima intervenção química e tecnológica, tanto no cultivo das uvas como na etapa de vinificação. Este estilo purista de produção resgata o cuidadoso trabalho de vinhateiros artesanais, mestres na arte de traduzir em garrafas a expressão máxima do terroir.

A grande dúvida paira sobre a diferença entre três tipos de vinhos: orgânicos, biodinâmicos e de cultivo natural. Esse último segue preceitos orgânicos e veta o uso de aditivos químicos no vinhedo. Assim, nem todo vinho orgânico e biodinâmico é natural, mas todo vinho natural é elaborado a partir de técnicas de cultivo orgânico ou biodinâmico. A maior diferença é o uso de conservantes. Nesse estilo purista de vinho, não são utilizados tratamentos químicos na planta e muito menos no vinho. Não são adicionados conservantes – sulfito ou enxofre –, o vinho não é filtrado e não se utilizam leveduras selecionadas, apenas as que se encontram naturalmente no terroir local. No processo de vinificação, algumas técnicas também são vetadas, como a correção de acidez e o uso de barrica de carvalho para amadurecimento do vinho.

Apesar de existir um consenso entre produtores sobre as “regras” de vinificação dos vinhos naturais, ainda não existe um órgão regulador que certifica e fiscaliza essa produção.

E na taça?

O intuito dos vinhateiros artesanais é manter ao máximo as características naturais da uva, realçando na garrafa seus aromas e sabores. Um trabalho meticuloso que praticamente inviabiliza a produção em grande escala, aumentando em até 40% o seu valor no produto final.

Da mesma forma que há vinhos bons e ruins elaborados pela vinificação tradicional, no cultivo natural essa diferença aparece de forma mais evidente, uma vez que não tem como corrigir os defeitos do vinho maquiando-os na vinificação. É comum encontrar vinhos turvos, com coloração diferente do habitual, aromas esquisitos, principalmente no momento em que se abre a garrafa. Para quem não está acostumado, esse estilo de vinho pode parecer bem estranho no início. Muitos encaram as características peculiares do vinho natural como defeito, mas nada melhor do que alguns minutos na taça para revelar uma explosão de aromas que te transportam ao terroir de origem.

Dois vinhos naturais para provar

Villalobos
Carignan Edición Limitada 2016
Chile / Vale de
Colchagua – Lolol
Uva: Carignan
Importadora: Novo Chile
Adição mínima de sulfitos no engarrafamento
R$ 200

 

 

 

 

 

Val des Rois Les Allards au Naturelle 2016
França / AOC Côtes du Rhône
Uvas: Grenache 
Importadora: Notre Cave
Sem adição de sulfitos
R$ 139

 

 

 

 

 

 

 

*Coluna publicada originalmente na edição 219 da revista TOPVIEW.

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