Grandes atrizes podem disputar o Oscar 2021
Oano de 2020 vai entrar para a história do cinema. Há oito meses, boa parte das salas de exibição no Brasil permanece
fechada em decorrência da pandemia de Covid-19, enquanto as poucas que foram reabertas têm sido ocupadas por reprises ou por filmes com menores ambições comerciais. Nenhuma grande distribuidora teve a ousadia de colocar em cartaz títulos de maior apelo, por saber que a bilheteria seria inevitavelmente limitada.
Mesmo diante desse cenário, ainda bastante sombrio, a indústria do entretenimento, mesmo que abalada, lança seu olhar para o futuro e já se começa a falar do Oscar 2021, independentemente do fato de que, depois de março, pouquíssimos filmes tenham chegado às telas. Uma das categorias do prêmio que prometem ser mais disputadas é a de melhor atriz.
Há pelo menos dois nomes que, a esta altura, já figuram em quase todas as listas de favoritos. E ambas são veteranas. Frances McDormand, dona de duas estatuetas, por Fargo: uma Comédia de Erros (1996) e Três Anúncios para um Crime (2017), tem fortíssimas chances de ser indicada mais uma vez por Nomadland, filme da cineasta chinesa Chloé Zhao, vencedor do Leão de Ouro de melhor filme da edição deste ano do Festival de Veneza. Nele, McDormand vive uma mulher de 60 anos que, após a grande recessão de 2008, perde tudo, inclusive sua casa, e passa a viver como nômade sem teto pelas estradas do Oeste americano.
Outra estrela que vem sendo apontada como uma das favoritas ao Oscar de melhor atriz já disputou o prêmio três vezes, mas nunca ganhou. Michelle Pfeiffer já foi indicada como coadjuvante por Ligações Perigosas (1988) e atriz principal por Susie e os Baker Boys (1989) e As Barreiras do Amor (1992). Pode ser que ela seja finalmente reconhecida pela comédia dramática French Exit, de Azazel Jacobs, na qual desempenha o papel de uma socialite viúva decadente de Nova York que, empobrecida, se muda para um apartamento modesto em Paris com o filho e seu gato, que seria seu marido morto reencarnado. Os elogios são unânimes em relação à sua atuação.
Também está no páreo a britânica Carey Mulligan (já indicada por Educação), por seu trabalho como uma mulher vítima de abuso sexual que busca vingança em Promising Young Woman (ainda sem título em português), de Emeral Fennell. Viola Davis também pode vencer seu segundo Oscar – o primeiro, de coadjuvante, foi por Um Limite entre Nós (2016) – como a cantora queer dos anos 1920 Ma Rainey, em A Voz Suprema do Blues, que estreia em dezembro, na Netflix. Fecha a lista a cantora e atriz Jennifer Hudson, também ganhadora de uma estatueta de coadjuvante pelo musical Dreamgirls: Em Busca de um Sonho (2006), que estrela Respect, cinebiografia da rainha do soul Aretha Franklin.
As indicações ao Oscar serão anunciadas em janeiro de 2021.
*Coluna originalmente publicada na edição #243 da revista TOPVIEW.