Chef de Curitiba destaca 3 tendências que irão dominar o futuro (próximo) da gastronomia
Viajar em busca de conhecimento e troca de experiências é uma prioridade para o empresário curitibano e chef de cozinha Phelipe Rangel, proprietário do Green Dog e do HOG (estabelecimento recém-inaugurado com foco em carnes exóticas). Em maio deste ano, Rangel embarcou para Chicago, onde conferiu as últimas novidades apresentadas pela NRA Show (National Restaurant Association), a maior feira do setor de bares e restaurantes do mundo. Ele destaca três coisas do que viu por lá:
Tecnologia
A tecnologia permeia todo o processo de um estabelecimento gastronômico, desde a cocção, passando pelo pré-preparo, limpeza, manutenção, compras, gestão e chega até o salão por meio de tablets, totens e pagamento pelo celular. Desta forma, o cliente é o garçom e o caixa. Essa dinâmica reduz os custos como um todo. Os robôs estão na cozinha e no salão. Eles identificam o copo vazio, o final da refeição e sabem o momento de servir a sobremesa, apresentar a conta e ofertar a última dose de bebida. Mas engana-se quem pensa que as máquinas estão contra os colaboradores. Apesar deles otimizarem o tempo de serviço, os humanos continuarão fazendo o que as máquinas não fazem: surpreender; oferecer emoção.
Para a geração Y ou Milleniuns (nascidos nas décadas de 80 e 90), a realização de compras por aplicativos são bem aceitas, mas a geração Z, não só aceita como exige que essa seja uma opção disponível. Pensando por este lado, o ticket médio nos autosserviços é 40% maior. E a conclusão é: novos pensamentos nos conduzem a novos resultados. E por falar em prazo, todas estas tecnologias já estão disponíveis e
devem se popularizar num futuro próximo, de 3 a 5 anos.
Experiência
Os clientes consomem gastronomia em bares e restaurantes porque são impactados por um tipo de refeição e serviço que não conseguem repetir em casa. As pessoas gostam de consumir pratos nomeados de forma elegante, que destacam, de forma subliminar, uma história por trás de cada preparo. Esses diferenciais geram registros e compartilhamentos nas redes sociais. Não basta experimentar, o cliente quer disseminar aquilo que viveu e isso faz parte do sucesso dos estabelecimentos.
Sommelier de Cannabis
Esqueça a maconha ilegal, marginalizada e mal-cheirosa. Ela agora está no centro das atenções na terra do Tio Sam, uma vez que, atualmente, ela é descriminalizada em metade do país e pode ser comprada com receita médica. Cem anos se passaram sem que as pessoas pudessem explorar essa variedade de aromas e sabores pouco conhecidos do público. A quantidade de chefs interessados em trabalhar e incorporar esses sabores em suas cozinhas é diretamente proporcional à curiosidade do ser humano de provar o que há muito tempo lhe foi proibido. Hoje, uma infinidade de produtos é feita a partir da cannabis. Através da manipulação genética, existem milhares de espécies da erva à disposição. Existe, inclusive, o sommelier da cannabis, aquele que escolhe qual erva combina com determinado momento.