França suspende todos os voos do Brasil para evitar variante do coronavírus

Nesta terça-feira (13), o primeiro-ministro da França, Jean Castex, anunciou a suspensão por tempo indeterminado de todos os voos que tenham como origem ou destino o Brasil. O representante do governo de Emmanuel Macron afirmou que “a situação está piorando e, portanto, decidimos suspender todos os voos entre o Brasil e a França até novo aviso”, durante uma sessão do parlamento. 

A medida vale tanto para voos que partem do Brasil como para os que saem do território francês e atende a pedidos de especialistas do país europeu, que exigiam a suspensão do tráfego aéreo com o Brasil. Entre os médicos e pesquisadores, há um temor especial com a variante P.1 – descoberta em Manaus –, que hoje toma território brasileiro, mais contagiosa e possivelmente mais letal que a versão do vírus responsável pelos surtos do ano passado.

Há um mês atrás, o ministro da Saúde da França, Olivier Verán, disse que cerca de 6% dos casos de Covid-19 no país eram causados pelas variantes brasileira e sul-africana. Hoje, no território francês, a cepa britânica B.1.1.7 sobrecarrega os hospitais de Paris e levou o governo a acirrar as restrições de circulação no país. 

No último dia de março, Macron anunciou a extensão de uma quarentena para todo o país. Os franceses fecharam o comércio não essencial, escolas e creches. Proibiram também o deslocamento a uma distância de mais de 10 km e mantiveram um toque de recolher, em vigor desde 2020, das 19h às 6h. Segundo dados do Ministério da Saúde da França, o país hoje soma 5,12 milhões de casos de Covid-19, com 99,2 mil mortes.

Antes da decisão sobre os voos, viajantes brasileiros já precisavam apresentar um exame PCR negativo para o vírus antes do embarque e no desembarque. Quando chegassem na França, o Palácio do Eliseu obrigava ainda que os passageiros respeitassem uma quarentena de 10 dias.