Cinema para pensar: os nossos indicados do Festival de Cinema da Bienal de Curitiba
Ir ao cinema pode ser mais que entretenimento. Para os organizadores do Festival de Cinema da Bienal de Curitiba (FICBIC), filmes podem nos ajudar a entender melhor o mundo e ampliar o nosso conhecimento. Esse é o diferencial do chamado “cinema de arte” – que, no entanto, nem sempre é acessível ao grande público, em parte pela má fama de ser “difícil de entender”. “Queremos alcançar esse público mais abrangente, ainda não iniciado nessa linguagem [mais artística] do cinema”, explica um dos curadores, Aristeu Araújo.
Entre atuais e clássicos, curtas e longas-metragens, a seleção de mais de 100 filmes une culturas e linguagens díspares, dialogando, assim, com o título da Bienal de Curitiba: “Antípodas”. Não à toa, o diretor homenageado é Jacques Demy (1931-1990), conhecido por unir os estilos distintos da Nouvelle Vague francesa e da Era de Ouro de Hollywood.
Realizado desde 2013, o FICBIC encontra um período efervescente de festivais de cinema em Curitiba: em 2012, estrearam o Olhar de Cinema e o FIDÉ Brasil (de documentário estudantil) e, no mês passado, o COLORS, voltado à diversidade, em sua primeira edição. “Estamos felizes com tantos festivais”, comenta a também curadora do FICBIC Mariana Bernal. “Eles enriquecem o público, que, assim, conhece novas linguagens e filmes que não encontra na internet.”
O evento deste mês contribui, dessa forma, para que o público veja não somente obras raras e inéditas, como também clássicos da sétima arte na tela grande. Dos grandes problemas sociais da atualidade até os dilemas atemporais da humanidade, os filmes do FICBIC têm um mesmo objetivo: provocar os espectadores a discutir o status quo e a pensar sobre suas próprias vidas e histórias no mundo.
3 filmes imperdíveis do FICBIC
CIRCUITO CLÁSSICO
Um Dia Muito Especial (1977)
Antonietta, uma solitária dona de casa, conhece acidentalmente o vizinho, Gabriele, quando seu pássaro de estimação foge para a janela dele.
Dias 12, às 18h30, e 14, às 14h50, no Cine Guarani.
DIRETOR HOMENAGEADO
Os Guarda-Chuvas do Amor (1964)
Guy é apaixonado por Geneviève, que também o ama, mas a mãe da jovem acha-a muito nova para casar. Ele é convocado para o serviço militar e Geneviève descobre estar grávida. Ela esperar o retorno do amado ou seguir adiante?
Dias 14, às 19h30; 18, às 19h30; e 19, às 15h30, no Espaço Itaú de Cinema.
CIRCUITO MUNDIAL – CHINÊS
Pali Road (2016)
Lily é médica residente em um hospital no Havaí e precisa trabalhar intensamente para atender às demandas de seu supervisor. Um dia, ela encontra Neil, um jovem professor de escola primária, e logo eles se apaixonam.
Dia 16, às 19h, na Cinemateca.