ESTILO VIAGEM

Nós conversamos com o brasileiro que viaja o mundo montado em um cavalo

Atacama, Machu Picchu, Canadá, Nova Zelândia... A lista de destinos já conhecidos por Paulo Junqueira Arantes é extensa. E todos foram em cima do cavalo

Se já sonhou em fazer aquelas viagens à la Game of Thrones ou dos filmes de faroeste, Paulo Junqueira Arantes convoca todos os cavalheiros para viagens por todo o mundo. O paulista, que é um grande especialista no chamado turismo equestre e criador do Cavalgadas Brasil, já realizou cavalgadas em todos os continentes – recentemente, voltou da Nova Zelândia e Austrália. Conversamos com ele sobre as suas melhores viagens e buscamos entender a atividade, tão clássica quanto moderna.

O aventureiro Paulo Arantes

Viajar a cavalo Conheça o brasileiro que corre o mundo sob os cascos PERU Machu Picchu.
Paulo Arantes em Machu Picchu, no Peru. (Foto: Acervo Pessoal)

De que forma você conheceu o hobby de cavalgar em viagens e como isso começou a fazer parte da sua vida?

Aprendi a andar [a cavalo] ainda criança, nas fazendas dos meus avós no interior paulista e mineiro. Cavalgar sempre fez parte da minha vida, foi possível viver experiências únicas e inesquecíveis nessas viagens. Em 2003, resolvi aliar a paixão a meus conhecimentos empresariais. Foi assim que surgiu a Cavalgadas Brasil, agência cujo ojetivo é oferecer a oportunidade para quem quer conhecer os melhores roteiros a cavalo no Brasil e no mundo.

Como estar acompanhado do animal pode tornar a experiência de viagem muito mais intensa?

É uma das poucas atividades de turismo e aventura em que um outro ser vivo está participando e interagindo conosco. Temos aí um grande diferencial que, certamente, pode tornar a experiência muito mais intensa.

Na África do Sul. (Foto: Acervo Pessoal)

Os cavalos eram usados para longas viagens por séculos e esse é um hábito que tem voltado de forma muito moderna. O que a cavalgada pode trazer para as novas gerações? 

Outra grande vantagem de uma cavalgada é que podemos dividir nossa aventura com a família e amigos. Costumo dizer que cavalgar é a atividade de aventura “mais família” que existe, podendo reunir todas gerações num mesmo passeio. É muito constante encontrar crianças a partir de 6 anos que andam com os avós ou pais. O que muitos não sabem, é que cavalgar também pode ser uma boa maneira de fazer exercício. Hipócrates em 400 a.C. já utilizava a equitação com o objetivo de melhorar a saúde de seus pacientes. Com o passar dos tempos constatou-se que cavalgar não exercita somente o corpo e que os sentidos também são influenciados. Os movimentos rítmicos e precisos do cavalo, junto com a liberdade provocada pela sensação de cavalgar e o contato direto com a natureza são capazes de fazer verdadeiros milagres para o corpo e a mente.

Dentro do roteiro de viagem há a possibilidade de trajetos para todos os gostos? Como grandes campos para correr e trilhas mais arriscadas? 

Sim, temos algumas cavalgadas que são tranquilas e até iniciantes podem fazer. Mas já há outras em que as trilhas e a aventura são extremas!

Viajar a cavalo Conheça o brasileiro que corre o mundo sob os cascos ATACAMA
Atacama já foi roteiro de viagem do aventureiro. (Foto: Acervo Pessoal)

Existe a possibilidade de um cliente viajar com seu próprio cavalo?

Sim, em alguns destinos é possível levar o próprio cavalo.

Você acaba de voltar da Nova Zelândia e Austrália, como foi a viagem? O que a Oceania traz de diferente para quem ama o esporte?

Pude conhecer o cenário de vários filmes, como locais de filmagem na trilogia Senhor dos Anéis. A cavalgada na Nova Zelândia tem paisagens espetaculares que se estendem desde o Vale do Dart até o Vale de Rees, cruzando rios e terraços alimentados pelos Glaciares. Em um desses rios nadamos com os cavalos em águas azul turquesa. No terceiro dia a cavalgada entra no Vale Paradise, que foi o cenário do “centro da terra” em Senhor dos Anéis. Não há melhor maneira de descobrir a Austrália e conhecer mais sobre a cultura Outback do que a cavalo.

“Com o passar dos tempos constatou-se que cavalgar não exercita somente o corpo e que os sentidos também são influenciados.”

Recente viagem à Nova Zelândia. (Foto: Acervo Pessoal)

Quais são os próximos lugares que você e os cavalos irão?

Vou cavalgar na região de Trancoso, na Bahia, na região dos Aparados, da Serra no Rio Grande do Sul, e também na Índia.

E qual é o melhor destino do mundo sob os quatro cascos? E no Brasil?

É difícil dizer qual é o melhor lugar, pois cada um oferece uma experiência maravilhosa e diferente. Eu pessoalmente gosto da natureza mais virgem e, dentro dessa perspectiva, destaco algumas cavalgadas. No Brasil, os meus destinos preferidos são o Pantanal, Ilha do Marajó e Aparados da Serra; já em viagens internacionais, indico o Canadá, a Nova Zelândia, Patagônia, Argentina e no Delta do Rio Okavango do país africano Botswana.

Como viajar a cavalo?

As aventuras de Paulo Arantes pelo mundo realmente são fantásticas, mas podem fazer parte do seu roteiro também! O cavalheiro tem sua própria agência de viagens sobre os cascos, acesse o site oficial do Cavalgadas Brasil e “Sebo nas canelas, Bala no Alvo!”.

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