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Especial Home & Health: Arquitetura para a vida

Com espaços que acolhem diferentes experiências, o BIOOS é o novo empreendimento da Construtora Laguna

Passado, presente e futuro servem de base para projetos de arquitetura inovadores, surpreendentes e, muitas vezes, carregados de memória e afetividade. Porque não se trata só de vidro, metal, concreto e madeira, mas da vida que acontece entre as paredes erguidas com esses materiais. Por isso, é preciso pensar as funções dessas construções de forma ampla e longeva.

Há gerações, os elementos que compõem as casas e os edifícios vêm sendo trabalhados e melhorados, a fim de acompanhar a evolução da tecnologia e da sociedade. A arquitetura contemporânea volta seu olhar para o futuro ao mesmo tempo que tenta manter suas sólidas referências históricas, presentes no construir. A arquiteta Flavia Ranieri é especialista em geroarquitetura, um ramo da arquitetura que se dedica a criar espaços capazes de receber, acolher e respeitar as especificidades da existência humana ao longo da vida, especialmente na terceira idade. Um ramo cada vez mais importante, levando em conta a evolução da pirâmide etária do Brasil. De acordo com projeções do Ministério da Saúde, o país deve ter 43 milhões de idosos até 2031. Segundo a consultoria Brain Inteligência Estratégica, em 2022, 25% da população da capital paranaense será composta de pessoas com mais de 60 anos.

Em seu manifesto para a geroarquitetura, Flavia afirma que “está em mudança o significado e a experiência de envelhecer, visto que mais pessoas estão vivendo por mais tempo. A arquitetura, o urbanismo, o poder público e os setores da economia que atuam com casa e construção têm um papel importante, no sentido de criar soluções adequadas em espaços públicos e privados, o mais rápido possível”.

BIOOS: O novo projeto da Construtora Laguna combina uma torre destinada principalmente à área da saúde e outra a residências 60+ (Foto: divulgação)

“A arquitetura, o urbanismo, o poder público e os setores da economia que atuam com casa e construção têm papel importante em criar soluções adequadas em espaços púbicos e privados, o mais rápido possível” – Flávia Ranieri

Flavia é a responsável pela arquitetura de acolhimento do BIOOS, projeto da Construtora Laguna em Curitiba que combina uma torre destinada a residências para 60+ e outra destinada principalmente à área da saúde, com consultórios e offices, além de espaços para receber um hospital-dia e um centro de diagnóstico por imagem.

BIOOS Health

A torre BIOOS Health funcionará como uma rede interconectada de profissionais de diferentes especialidades, o que garante maior comodidade aos pacientes e facilidade para o corpo clínico que poderá trabalhar de maneira colaborativa (Foto: divulgação)

A torre BIOOS Health será destinada principalmente à área da saúde, com consultórios e offices. Por isso, o edifício foi planejado de acordo com as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo uma excelente opção para profissionais de saúde, por oferecer toda a estrutura necessária em uma localização central e com fluxo de pessoas.

Mas, além dos consultórios, o projeto também está preparado para receber um hospital-dia que, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, é um espaço de assistência intermediário, destinado à realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, terapêuticos e de diagnóstico que exijam a permanência do paciente na unidade por até 12 horas. Muito difundidos nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos desde os anos noventa, os hospitais-dia são a evolução natural dos serviços de saúde de baixa e média complexidades.

De acordo com a Brain, mais de 65% do consumo no segmento de saúde, em Curitiba é registrado na região em que o BIOOS será erguido. Atualmente, entretanto, há pouca oferta qualificada de serviços, o que dificulta o acesso dos pacientes. Um mall com nove lojas, que receberão serviços e conveniências, arremata a praticidade oferecida pelo BIOOS.

BIOOS Home – residencial 60+

Sala de TV no BIOOS Home (Foto: divulgação)

De acordo com a arquiteta Flavia Ranieri, os detalhes da torre BIOOS Home, projetada para ser um residencial 60+, farão desse empreendimento um presente para quem quer envelhecer com autonomia, qualidade de vida e independência, sem abrir mão da segurança. Os ambientes privados são pensados para respeitar as normas de acessibilidade. As tomadas são mais altas e os interruptores, mais baixos, enquanto as portas ganham mais largura. Não há desníveis entre os espaços, a fim de evitar quedas e tropeços, o que é reforçado por uma iluminação complementar. O movimento é uma prioridade, de modo que os quartos têm uma extensão que permite uma circulação mais ampla, embora sejam compactos o bastante para se manterem práticos.

“Outro grande diferencial do BIOOS é a possibilidade de unir unidades e optar por diferentes tamanhos de apartamento. Isso faz com que o imóvel se adapte ao perfil do morador – e não o inverso. Um passo importante para dar poder de escolha à pessoa idosa e não impor soluções que outras pessoas acham mais adequadas a ela”, detalha Flavia.

Nas áreas comuns, também há características desenvolvidas com foco no público final. A arquiteta conta que, ali, tudo é pensado para estimular a socialização. Sejam pequenos encontros ou grandes eventos, o BIOOS está preparado para proporcionar a seus moradores um local apropriado para a convivência. “Ele não foi desenvolvido para eventos pontuais, mas para atividades diárias de interação”, afirma Flavia. Além de sala de TV, será disponibilizada uma área multiuso, que poderá ser usada para a prática de exercícios, como ioga, ou para cursos, palestras e outras atividades. Áreas como a piscina e a academia são adaptadas para oferecer segurança durante seu uso. “É um preconceito achar que uma moradia para a pessoa idosa é caricata ou antiquada. A diferença que vejo é que essa geração valoriza também sua própria história e não se prende apenas ao estético. Conforto e funcionalidade são fundamentais”, avalia a arquiteta.

Saúde, convivência e longevidade

Sejam pequenos encontros ou grandes eventos, o BIOOS está preparado para proporcionar aos seus moradores um local apropriado para a convivência (Foto: divulgação)

A busca pela longevidade passa, naturalmente, por uma série de escolhas cruciais ao longo da vida. Alimentação, exercício físico, socialização e um cérebro ativo são fundamentais para quem deseja chegar à terceira idade com saúde e qualidade de vida. Atuando com medicina preventiva e integrativa, a médica Maitê César diz que, quando o assunto é longevidade, uma combinação de fatores simples pode trazer contribuições significativas. “Muitos idosos tendem a se isolar, ficar apenas em casa, não encontrar muito outras pessoas. Essa falta de interação é prejudicial porque não exercita o cérebro”, explica a especialista.

Sala multiuso BIOOS Home (Foto: divulgação)

A pesquisa Envelhecer Mantendo Funções: Idoso do Ano de 2020, conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) entre 2010 e 2020, mostrou que idosos que se mantêm socialmente ativos tendem a desenvolver uma vida mais produtiva e saudável. Esse hábito contribui para fortalecer as conexões neurais, que, de acordo com os pesquisadores, são importantes para ajudar a evitar patologias como a demência e o Alzheimer.

“Idosos que moram em locais que permitem a convivência são mais ativos, felizes e têm menor índice de depressão.” – Maitê César

Frequentar ambientes que propiciem esses encontros é, portanto, indispensável. “O papel dos espaços é de extrema importância. Tudo aquilo que escolhemos incluir na rotina, desde a alimentação até os costumes diários, passando pelos ambientes em que estamos inseridos, interfere em nossa saúde”, salienta Maitê. Ela lembra que idosos que moram em locais que permitem a convivência são mais ativos, felizes e têm menor índice de depressão. Para a médica, uma boa fórmula de longevidade é a associação de exercício físico, socialização e um ambiente que propicie tudo isso.

Certificado WELL

Para a Laguna, no entanto, proporcionar um novo conceito de qualidade de vida é um compromisso. Afinal, o estudo National Human Activity Pattern Survey, conduzido pela Berkeley Lab Energy, aponta que o ser humano passa, em média, 90% de seu tempo de vida em ambientes construídos. O BIOOS, primeiro projeto do país a integrar uma torre residencial e uma destinada a serviços médicos, é também um projeto com o selo WELL, do International Well Building Institute (IWBI). Desde 2014, o IWBI avalia com critérios científicos fatores das construções que influenciam na saúde física e mental. São eles: ar, água, nutrição, luz, movimento, conforto térmico, som, materiais, mente e comunidade.

“Sabemos que os espaços ao nosso redor podem fazer todos, em todo lugar, mais saudáveis, felizes e produtivos”, afima o Instituto, em seu site. Seu embasamento científico e sua constante atualização por meio de pesquisas e monitoramento de mercado já certificaram mais de 139 milhões de metros quadrados em mais de 80 países.

Esse tipo de certificação é importante em qualquer tipo de construção, mas se torna ainda mais relevante quando se trata de um residencial 60+. “A verdade é que não deveria haver um tipo de moradia específico para a pessoa idosa, porque todas as habitações e as construções já deveriam nascer pensando na longevidade. Mas, enquanto isso não acontece, os sênior livings são imóveis que permitem que as pessoas mantenham suas atividades de forma mais confortável e com mais segurança”, destaca Flavia.

*Caderno especial publicado na edição #249 da revista TOPVIEW e apresentado pela Construtora Laguna.

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