O drinque com erva-mate que promete conquistar o mundo é de Curitiba
É possível que você já tenha experimentado o drinque com erva-mate de Rogério Coelho “Rabbit” Barroso. O criativo bartender que comanda a coquetelaria do Armazém Santo Antônio desenvolveu uma carta de drinques autorais e que valorizam ingredientes paranaenses, como a erva-mate e até mesmo o pinhão. E foi a partir dessa carta que Rabbit criou o Guaíra-Kaá, vencedor do campeonato nacional e que busca o mundial de coquetelaria deste ano em Copenhagen, na Dinamarca.
A erva-mate sempre esteve muito presente na vida do bartender e até hoje tem grande valor emocional e afetivo. Nascido em Santos (SP), ele conviveu por anos com carrinhos de mate – que percorriam toda a cidade. Ao chegar no Paraná, resolver criar drinques com ingredientes do estado – não demorou para esse ingrediente ser lembrado. Criou três drinques que levam a erva e é com ela que hoje disputa sua última competição, o World Cocktail Competition.
Ele, inclusive, já está na Europa, mais precisamente em Londres, e segue viagem para Alemanha, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega, Islândia e França. Por lá, fica cerca de um mês e faz 21 workshops de coquetelaria pelos países. A viagem termina com sua participação no mundial, que acontece entre os dia 15 e 19 de outubro.
Rabbit e seu drinque com erva-mate
A receita original de Guaíra-Kaá leva gim, vinho, licor de laranja, suco de limão siciliano e infusão de folhas de kaá (nome indígena da erva-mate) e capim santo, mas precisou ser alterada. O concurso conta com sete categorias e Rabbit concorre na Before Dinner, algo como drinques para aperitivos. A comissão do campeonato acreditou que o Guaíra-Kaá era muito doce e não se encaixava na categoria. Além disso, como conta com uma infusão de ervas, é digestivo e poderia ser considerado um drinque pós-refeição.
Com isso, Rabbit teve apenas 24h para reformular sua receita. Caso contrário, seria desclassificado. Para seguir na competição, ele deve apresentar outra versão do Guaíra-Káa no mundial. Os países vão conhecer – e experimentar – a receita com aquavit, um destilado de batata típico europeu ao invés de gim. Além disso, a kaá não é utilizada através da infusão – mas está presente na bebida trazendo sabor intenso e delicado.
Rabbit estudou toda a história da kaá e suas raízes indígenas com o povo guarani para trazer o ingrediente da melhor forma para a bebida. Ele, inclusive, conta com o projeto TAPII’TI, que busca valorizar o ingrediente através da mixologia, criando bebidas inesperadas e saborosas.